Joe Biden poderá anunciar aproximação entre Israel e países árabes

por Lusa

O chefe da diplomacia israelita, Yair Lapid, sugeriu hoje que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aproveite uma visita ao Médio Oriente, em julho, para anunciar medidas para a normalização de relações entre Israel e Arábia Saudita.

Biden escolheu Israel, Cisjordânia e Arábia Saudita para a sua primeira viagem ao Médio Oriente desde que chegou à Casa Branca.

"Eu não quero estragar a surpresa do Presidente Biden. Quando o Presidente chegar aqui, ele irá informar os `media` de todas as medidas que vai tomar, que todos nós vamos tomar juntos", disse Lapid, durante uma conferência de imprensa em Jerusalém, referindo-se à visita do líder norte-americano, entre 13 e 16 de julho.

Lapid reconheceu que há "rumores informais e não confirmados, mas bem fundamentados", que circulam há semanas na imprensa israelita e norte-americana, apontando para um pacote de medidas que a Casa Branca está a desenhar para relançar as relações entre Israel e a Arábia Saudita, fortalecendo o plano iniciado pelo ex-Presidente Donald Trump.

"O facto de o Presidente voar diretamente daqui para a Arábia Saudita é significativo e mostra uma relação entre a sua visita e a capacidade de melhorar as nossas relações", argumentou Lapid, que insistiu que qualquer anúncio terá de vir de Biden, não sendo apropriado fazer antecipações.

Questionado sobre a possibilidade de autoridades israelitas viajarem até à Arábia Saudita ao lado de Biden, o ministro dos Negócios Estrangeiros limitou-se a sorrir e a dizer que "o Air Force One é um avião muito grande, com espaço para muitas pessoas", numa alusão à aeronave que transporta o Presidente norte-americano.

Israel nunca escondeu o desejo de expandir os Acordos de Abraão - através dos quais Israel restabeleceu relações com países árabes como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos, em 2020, sob mediação de Trump - e tem apontado a monarquia saudita como um dos eventuais interlocutores na recuperação das relações com países árabes.

A Arábia Saudita - tradicional defensora da causa palestiniana - continua a condicionar futuros laços políticos com Israel à criação de um Estado palestiniano, mas compartilha com o Estado judeu a inimizade com o Irão e o medo da expansão do programa nuclear de Teerão.

Lapid insistiu que o "terrorismo iraniano" é uma ameaça regional que também preocupa a Arábia Saudita e que o seu programa nuclear ameaça o mundo inteiro -- uma questão que também está na agenda da visita de Biden ao Médio Oriente.

Tópicos
pub