Mundo
Guerra na Ucrânia
Jovem racista e fanático por armas responsável pela fuga de informação do Pentágono
Depois da polémica fuga de documentos secretos do Pentágono, com informações sobre a guerra na Ucrânia e alguns países aliados dos Estados Unidos, foi revelado que o responsável é um rapaz conhecido por ser racista e fanático por armas. De acordo com a imprensa norte-americana, o jovem trabalhava numa base militar e queria impressionar os membros do grupo a que pertencia e onde divulgou os ficheiros.
Em comum têm o gosto por armas, equipamentos militares e Deus. São na maioria rapazes e homens e estão num grupo privado de cerca de 20 pessoas, na plataforma online Discord, onde foram inicialmente divulgados os documentos confidenciais.
"OG", como é conhecido, é o rapaz que terá sido responsável pela fuga de informação originada no Pentágono, de onde saíram mais de 100 documentos com notas do Governo norte-americano sobre a guerra na Ucrânia e sobre os seus aliados.
Segundo o Washington Post, este jovem terá divulgado os documentos para tentar impressionar alguns membros da comunidade online a que pertence. Ao jornal norte-americano, um desses membros contou que OG afirmava trabalhar numa base militar e que, por isso, lidava com documentos secretos.
Essa testemunha afirmou que, quando OG divulgou os documentos, leu atentamente as mensagens que pareciam "ser transcrições quase literais de documentos de inteligência" que o rapaz afirmava ter levado do trabalho para casa.
No grupo do Discord, OG alegou que passou pelo menos parte do dia dentro de uma instalação segura que proibia telefones e outros dispositivos eletrónicos, que podiam ser usados para documentar as informações secretas armazenadas em redes de computadores do Governo ou enviadas de impressoras.
Segundo aquele membro da comunidade, OG tinha alguns documentos com notas escritas à mão, indicando que se tratavam de documentos confidenciais.
No grupo os membros trocavam mensagens escritas, piadas, imagens, mas o membro que falou ao jornal norte-americano referiu que OG também aproveitava o espaço online para falar sobre assuntos internacionais e operações secretas do Governo.
"Ele queria manter-nos informados", afirmou. "Ele é uma pessoa inteligente. Sabia o que estava a fazer quando publicou os documentos, é claro. Não foi uma fuga de informação acidental".
"Ele queria manter-nos informados", afirmou. "Ele é uma pessoa inteligente. Sabia o que estava a fazer quando publicou os documentos, é claro. Não foi uma fuga de informação acidental".
A mesma publicação refere um vídeo em que o rapaz estava num campo de tiro e gritava "uma série de calúnias raciais e anti-semitas para a camâra e, em seguida, dispara vários tiros a um alvo".
A Casa Branca chegou a admitir que a fuga de informação podia ter ocorrido por via externa, nomeadamente por interferência russa, mas a tese de que a fuga partiu de fonte interna ganha cada vez mais força, principalmente depois da publicação do Washington Post.
OG seria o líder de um grupo de gamers entusiastas por armas originalmente formado no Discord, em 2020. Na altura da pandemia, começou a partilhar uma série de documentos num servidor criado por si.
OG seria o líder de um grupo de gamers entusiastas por armas originalmente formado no Discord, em 2020. Na altura da pandemia, começou a partilhar uma série de documentos num servidor criado por si.
O “Bear vs Pig”, nome do grupo, era a versão mais secreta de um grupo maior, o "Thug Shaker Central", onde segundo conta a testemunha do jornal, havia partilhas com uma “visão negra do Governo” norte-americano, algumas delas referindo-se às autoridades dos EUA, incluindo as agências de informação, como a CIA, de serem forças repressivas.
As autoridades desconhecem o paradeiro de “OG”, embora o jovem membro que fez as revelações confessou que o suspeito da fuga de informação “parece confuso e perdido em relação ao que deve fazer”.
Entre as dezenas de documentos estavam informações que vão desde a dificuldade da Ucrânia em lidar com uma quebra de mantimentos até relatos que sugerem que soldados de países da NATO, incluindo os próprios Estados Unidos, estão no terreno a combater.
Uma das mais recentes revelações sugere que os Estados Unidos temem que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, esteja "demasiado recetivo" ao Kremlin.
Foram também identificados documentos que sugerem que Washington espia regularmente alguns dos seus aliados. Não apenas a Ucrânia, mas também Coreia do Sul ou Israel.
Foram também identificados documentos que sugerem que Washington espia regularmente alguns dos seus aliados. Não apenas a Ucrânia, mas também Coreia do Sul ou Israel.