Juncker. Acordo com o Reino Unido ainda é possível

por RTP
Reuters

No Parlamento Europeu, o presidente da Comissão Europeia afirmou hoje que a possibilidade de um acordo com o Reino Unido ainda é possível mas o risco de uma saída sem entendimento é "bem real". Também esta manhã, o negociador chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, avisou que as consequências de um não acordo não devem ser subestimadas.

"Falta muito pouco tempo... o risco de um não acordo é muito real". Palavras do presidente da Comissão Europeia esta manhã no Parlamento Europeu.

Jean-Claude Juncker afirmou que o primeiro-ministro britânico lhe disse, no encontro que tiveram na segunda-feira, que Londres ainda quer chegar a um acordo de transição, mas que também voltou a afirmar que o Reino Unido vai deixar a União Europeia de qualquer forma.

Juncker voltou a reafirmar os argumentos dos últimos tempos. Londres precisa de apresentar propostas realistas para substituir o backstop (mecanismo de salvaguarda para a fronteira irlandesa), o que ainda não terá conseguido.

"Eu não esotu emocionalmente ligado ao backstop irlandês", disse Juncker. "Pedi ao primeiro-ministro para apresentar, por escrito, alternativas", fundamentais para evitar o cenário de uma Irlanda dividida após o Brexit.

Apesar de considerar que ainda há uma pequena janela de oportunidade para um acordo, o tom do presidente da Comissão Europeia foi de pessimismo. Um sentimento partilhado pelo ministro finlandês para os Assuntos Europeus, Tytti Tuppurainen, que também falou no Parlamento Europeu, ao dizer que um Brexit sem acordo é o "cenário mais provável".  A Finlândia tem atualmente a presidência rotativa da União Europeia.

O Parlamento Europeu deve votar esta quarta-feira a possibilidade de ser dado ao Reino Unido uma nova extensão para o prazo de saída, de forma a que seja possível chegar a um entendimento entre as várias partes.
Os avisos de Barnier
Também esta manhã no Parlamento Europeu, o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit alertou que não se deve subsestimar as consequências de uma saída desordenada do REino Unido da União Europeia.

"Aconselho a todos que não subestimem as consequências, claramente para o Reino Unido em primeiro lugar, mas para todos nós, na ausência de um acordo", afirmou Michel Barnier.
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