Libertados polícias reféns no Paquistão em protestos contra França

por Lusa
A tensão entre paquistaneses e franceses levou ao sequestro de 11 polícias posteriormente libertados Reuters

Os 11 polícias paquistaneses sequestrados por manifestantes anti-França de um partido islamita radical foram libertados após negociações, informou o Ministério do Interior daquele país asiático.

Os polícias tinham sido feitos reféns no domingo pelo Tehreek-e-Labbaik Party (TLP), durante protestos violentos em Lahore.

Um vídeo colocado "online" no domingo, cuja autenticidade foi confirmada à agência de notícias France-Presse (AFP) pela polícia de Lahore, mostrava agentes feridos, alguns ensanguentados e com contusões visíveis, com ligaduras à volta da cabeça.

O ministro do Interior, Sheikh Rashid Ahmed, disse que os polícias foram libertados ao início do dia de hoje (segunda-feira) após "negociações" com o TLP, que foi oficialmente banido na semana passada pelo governo, que o classificou de organização terrorista.

Os agentes foram sequestrados numa mesquita pertencente ao TLP, onde se reuniram os apoiantes do movimento, encontrando-se o local cercado pela polícia.

"As negociações foram iniciadas com o TLP, a primeira parte foi concluída com sucesso", disse Rashid num vídeo na rede social Twitter. "Eles libertaram os 11 polícias que tinham sido feitos reféns", informou.

Os islamitas protestam desde 12 de abril contra a prisão do seu líder, detido por ter exigido a expulsão do embaixador francês, tendo exigido até a 20 de abril para que fosse expulso o embaixador francês.

Manifestações anti-francesas tiveram lugar em várias cidades do país, resultando na morte de seis polícias e levando a embaixada francesa a apelar aos cidadãos franceses para que abandonassem temporariamente o país.

O partido tem estado na vanguarda de uma campanha anti-França que dura há meses, desde que o presidente, Emmanuel Macron, defendeu o direito à caricatura em nome da liberdade de expressão.

O líder francês tinha falado durante uma homenagem a um professor morto a 16 de outubro depois de mostrar desenhos satíricos à sua turma, na sequência da republicação de representações do Profeta Maomé pela revista Charlie Hebdo.

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