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Líderes mundiais reúnem-se na Cimeira da Ação Climática

por RTP
Portugal estará representado na cimeira pelo Presidente da República e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética Gleb Garanich - Reuters

Arranca esta segunda-feira a Cimeira da Ação Climática da ONU, que contará com a presença de 193 chefes de Estado e de Governo de todo o mundo e servirá para anunciar compromissos e projetos concretos para o reforço do combate às alterações climáticas. Marcelo Rebelo de Sousa, que irá discursar na cimeira e apresentar os compromissos de Portugal para atingir as metas a nível do clima, já foi recebido em Nova Iorque por António Guterres.

Marcelo Rebelo de Sousa, que deverá discursar pelas 12h30 locais (17h30 em Lisboa), tem defendido que Portugal “está a dar um exemplo com o seu roteiro” para a descarbonização e criticado a “cegueira” de decisores políticos a nível mundial face às alterações climáticas.

O Presidente da República já foi recebido em Nova Iorque por António Guterres, que convocou a cimeira, e no final do encontro entre ambos o secretário-geral das Nações Unidas expressou orgulho por ver Portugal "na linha da frente" no combate às alterações climáticas e também em matéria de migrações e refugiados.

"É para mim, como português, um motivo de particular orgulho ver que Portugal tem estado na linha da frente, quer em matéria de alterações climáticas, questão central do nosso tempo, quer em algo que me é particularmente querido, até pelo que fiz como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados", afirmou.

Segundo António Guterres, "a cooperação entre Portugal e as Nações Unidas é uma cooperação exemplar".
“O ano da ambição climática”
O Presidente português foi um dos mais 32 chefes de Estado e de Governo que, em vésperas desta cimeira, se juntaram num apelo à comunidade internacional e aos Estados subscritores do Acordo de Paris para que 2019 seja "o ano da ambição climática".

Em junho, o Presidente tinha já dito apoiar “a ideia de uma declaração de estado de emergência climática”. “Espero que seja aprovada brevemente”, acrescentou.Portugal estará representado na cimeira pelo Presidente da República e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética.

"Devemos perceber, de uma vez por todas, que, em face de certos fenómenos, como as alterações climáticas e o aquecimento global, a espécie humana encontra-se, ela própria, ameaçada. Se nada fizermos, se nada mudarmos, a Humanidade corre o risco de extinção. Um risco que se apresenta num horizonte temporal cada vez mais próximo", escreveu na altura.

Numa mensagem para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "é urgente mudar de vida" e que todos têm de participar nessa mudança, combatendo "a dependência de fontes não renováveis de energia, o desperdício alimentar e a produção desmedida de lixo doméstico, o uso desmesurado de plásticos".

Marcelo Rebelo de Sousa tem também apoiado a ação de António Guterres a nível do clima, tendo já avançado que irá fazer esta segunda-feira um agradecimento ao secretário-geral da ONU e dizendo esperar que este "um dia seja reconhecido a vários níveis esse seu contributo a favor da paz".
Um “conflito sério”
No sábado, António Guterres salientou a existência de um "conflito sério entre pessoas e natureza" e acrescentou que o mundo precisa de um novo modelo de desenvolvimento, ligado às alterações climáticas, que garanta justiça e igualdade entre as pessoas, mas também uma relação boa entre a população e o planeta.

O secretário-geral da ONU está convencido de que o planeta vai chegar ao fim do século com um aquecimento global superior a três graus e chamou a Nova Iorque os líderes políticos mundiais para lhes comunicar que, se nada for feito, o mundo continuará a caminhar para o abismo.

Em vésperas da cimeira, Guterres salientou ainda que o Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015 por 195 países, não está a ser cumprido. O documento refere que as temperaturas não podem aumentar mais do que dois graus celsius até ao final do século, preferencialmente um grau e meio.

O acordo não define, porém, sanções para os países que não cumpram as metas climáticas, pelo que os Estados Unidos acabaram por lhe virar as costas.

O secretário-geral da ONU definiu, entretanto, novas metas, pedindo que até 2030 o mundo reduza em 45 por cento os gases que provocam efeito de estufa e exigindo a neutralidade carbónica até 2050.

Para que esses fins possam ser atingidos, Guterres pediu a todos os chefes de Estado e de Governo que esta segunda-feira não tragam um discurso, mas sim um plano de ação.

c/ Lusa
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