Maioria absoluta de Cameron no Reino Unido decapita trabalhistas, Lib Dem e UKIP
O Partido Conservador garantiu ao início da tarde desta sexta-feira a maioria absoluta no Parlamento britânico, atingindo a fasquia de 326 dos 650 lugares em discussão nas legislativas. David Cameron regressa ao número 10 de Downing Street sem necessidade de pensar numa coligação para governar. E multiplicam-se as demissões: Ed Miliband, Nick Clegg e Nigel Farage abandonam as lideranças de trabalhistas, liberais democratas e eurocéticos, respetivamente.
Logo na manhã desta sexta-feira, quando já ia avançada a contagem dos votos, David Cameron celebrava na sua conta do Twitter, prometendo um futuro melhor para todos os britânicos.
Here's to a brighter future for everyone. pic.twitter.com/EeN0YFAvBm
— David Cameron (@David_Cameron) May 8, 2015
Na primeira reação às projeções à boca das urnas, durante a noite, o primeiro-ministro falara de uma noite eleitoral muito importante para os conservadores. "Quero governar para todos no Reino Unido", disse ainda David Cameron, que reclama querer ver a pátria unida.
Ed Miliband demite-se
Ainda não estavam finalizadas as contagens quando a televisão britânica avançava que Ed Miliband iria apresentar a sua demissão, face aos resultados obtidos pelo Partido Trabalhista. Esta força perde 26 lugares na Câmara dos Comuns, passando para apenas 8 lugares. A comunicação de saída deveria ser feita primeiro internamente, ao seu partido, e só depois tornada pública, o que aconteceu pouco depois das 12h00.
Ed Miliband has resigned as leader of the Labour party #GE2015 http://t.co/V1Qnj7j3Ta pic.twitter.com/tpCprKJZQy
— Election 2015 (@GdnPolitics) May 8, 2015
Ainda durante a noite, Ed Miliband sublinhou que a contagem de votos ainda estava a decorrer, mas reconheceu estar a viver horas dececionantes.
Nick Clegg, do Lib Dem (liberais democratas), confessava que aquela estava a ser uma “cruel e penalizadora noite para o seu partido”, depois de as projeções apontarem para uma quebra significativa dos resultados. O líder do partido que até aqui formava governo em coligação com os conservadores, vice-primeiro ministro, deixava para mais tarde uma declaração sobre o seu futuro, deixando entreaberta a porta à sua saída. A saída da liderança do partido foi entretanto anunciada.
Os resultados finais vieram a demonstrar o "desastre político", como os comentadores britânicos têm vindo a apontar. O Partido Liberal Democrata perde 15 por cento dos votos e 49 lugares no Parlamento.
Nacionalistas escoceses vencem e Farage falha
O Partido Nacionalista Escocês foi uma das surpresas destas eleições, com resultados avassaladores na Escócia. Conquistou 56 dos 59 lugares da Câmara dos Comuns reservados à Escócia, segundo os resultados definitivos das eleições no Reino Unido divulgados esta sexta-feira.
Ao início da manhã, enquanto a contagem de votos ainda não estava terminada, era já oficial o encontro de David Cameron com a Rainha Isabel II para selar a reeleição como primeiro-ministro e recolher a concordância real para constituir novo governo. O encontro teve início às 12h30.
"Parabéns aos nossos 56 deputados e obrigado a todos aqueles que depositaram a sua fé no SNP", escreveu o partido no Twitter, depois de anunciados os resultados da 59ª e última circunscrição da região.
Já o partido eurocético UKIP consegue um aumento na votação de 9,5 por cento, embora, em termos de lugares no Parlamento, conquiste apenas um assento, devido às contas ditadas pelo sistema eleitoral.
O líder do partido, Nigel Farage, falha a sua eleição em Thanet South. Durante a campanha, tinha prometido que se iria demitir, caso falhasse a terceira tentativa para entrar no Parlamento britânico. A agência Reuters já anunciou a sua demissão.
Eleita deputada mais nova desde 1667
Chama-se Mhairi Black e é a mais nova deputada eleita para o Parlamento britânico em 350 anos. Tem 20 anos e foi eleita pelo Partido Nacionalista Escocês.
O anterior recorde pertencia a Christopher Monck, segundo duque de Albemarle, que tinha 13 anos quando foi eleito em 1667.
Mhairi Black disse já depois de saber da sua vitória: “Qualquer que seja a vossa visão sobre o futuro da Escócia, vou procurar representar-vos no limite das minhas capacidades”.
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