Mais de 20,5 milhões de venezuelanos elegem Presidente da República

por RTP
Ueslei Marcelino - Reuters

Mais de 20,5 milhões de venezuelanos são chamados hoje às urnas para eleger o Presidente da República, que dirigirá a Venezuela até 2025.

Há quatro candidatos, entre os quais o atual Presidente Nicolás Maduro. Na lista figuram ainda Henri Falcón (dissidente do chavismo), o pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.

A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática não apresentou qualquer candidato.

Nas mesmas eleições, os venezuelanos vão ainda eleger mais de 500 membros dos concelhos legislativos regionais dos 23 estados do país, com exceção do Distrito Capital, Caracas, onde não existe essa figura.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, 20.526.978 de venezuelanos estão habilitados para votar. No estrangeiro estão recenseados 101.595 eleitores a maioria deles em países da Europa.


Foram instaladas 34.143 mesas eleitorais em 14 mil centros de votação da Venezuela, que vão abrir pelas 06:00 locais e encerrar pelas 18:00 locais (mais quatro horas e meia em Lisboa), permanecendo abertos os que tenham eleitores à espera para votar.

As fronteiras com a Colômbia, a Guiana e o Brasil foram encerradas na noite de sexta-feira e vão ser reabertas na noite de segunda-feira.

Trezentos mil oficiais das Forças Armadas Venezuelanas têm a missão de garantir a segurança do material eleitoral e dos centros de votação, ao abrigo da operação Plano República, na qual participa também o Ministério Público.

Maduro proibido de pagar bónus a eleitores
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, Tibisay Lucena, informou hoje que o CNE proibiu o o Presidente e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, de pagar bónus aos eleitores.

"Não vai haver pagamento de bónus nem incentivo monetário nos pontos", afirmou a presidente do CNE, que assegurou que Maduro comprometeu-se a aceitar este e outros pedidos feitos pelas autoridades.

O anúncio de Tibisay Lucena surge depois de, ao longo da campanha eleitoral, o Presidente venezuelano ter oferecido aos seus apoiantes bónus em bolívares (moeda local) a quem fosse fosse votar nas eleições "livremente".

Em 15 de maio, o Presidente da Venezuela ofereceu um bónus económico aos portadores do "cartão da pátria" que votassem nas eleições de hoje.

"Todos os que tenham o cartão da pátria e exerçam o direito e dever de votar, vão receber um prémio da pátria, legal, constitucional, 'dando y dando' (eu te ajudo e tu me ajudas)", disse, na altura, o chefe de Estado.

Agora, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proibiu esta medida.

Também a instalação de "pontos vermelhos", barracas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), para controlar a participação dos apoiantes, foi proibida, a menos de 200 metros das zonas de voto.

A presidente do CNE venezuelano garantiu hoje que o sistema de votação obteve uma avaliação "perfeita" em todas as auditorias a que foi submetido e que está preparado para as eleições presidenciais de hoje.

"Em cada teste e em cada auditoria saiu tudo perfeito. Estamos prontos para receber os eleitores no domingo", afirmou Tibisay Lucena, em conferência de imprensa.
Maduro promete aceitar veredicto
O Chefe de Estado Nicolás Maduro garantiu a observadores de 40 países que aceitará o resultado da votação.

Apesar de os indicadores de popularidade indicarem que Maduro tem atualmente uma taxa de rejeição de cerca 80 por cento do eleitorado, a oposição suspeita de eleições viciadas.


O controlo da máquina eleitoral e das forças de segurança pelo regime de Maduro estão na base das reservas da oposição, que ponderou ate à última hora boicotar o escrutínio.

O processo eleitoral vai ser acompanhado por missões de observadores de Angola, Etiópia, Mali, Moçambique, Palestina, República Dominicana, Rússia, África do Sul e Suriname.

No país encontra-se também o ex-presidente do Governo de Espanha José Luís Rodríguez Zapatero.

Preços não param de aumentar
As eleições na Venezuela decorrem numa altura de grave crise económica e social. Os venezuelanos desesperam para conseguir comprar bens essenciais nos mercados.


Os preços sobem todas as semanas e a população desespera para conseguir comprar comida e outros bens essenciais.

C/Lusa
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