Mais de 300.000 pessoas fugiram do leste da RDCongo desde o início de junho (ONU)

por Lusa

Mais de 300.000 pessoas fugiram da violência interétnica no nordeste da República Democrática do Congo durante as duas últimas semanas, anunciaram hoje as Nações Unidas.

"Os últimos surtos de violência forçaram mais de 300.000 pessoas a partir", disse Babar Baloch, um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), numa conferência de imprensa em Genebra, exprimindo o receio de que "esta escalada se estenda a vastas partes da província" de Ituri.

O responsável sublinhou que a situação na província está a deteriorar-se gravemente desde meados da última semana, com "múltiplos ataques" envolvendo os grupos étnicos hema e lendu.

O conflito entre estes dois grupos étnicos já fez dezenas de milhares de mortos entre 1999 e 2003 naquela província rica em ouro, que faz fronteira com o Uganda e o Sudão do Sul.

Baloch lembrou que os confrontos entre estas duas comunidades já tinham forçado cerca de 350.000 pessoas a deslocarem-se entre o final de 2017 e início de 2018, "mas a situação acalmou entretanto".

"O ACNUR acredita que a atual escalada de violência se entende a vastas zonas da província", disse.

"Nós estamos muito preocupados com a segurança dos civis desde que temos conhecimento de mortes, roubos de crianças, mutilações e violência sexual", acrescentou.

Segundo a ONU, a maior parte dos deslocados encontraram refúgio em outras comunidades, mas cerca de 30.000 apresentaram-se em centros de acolhimento "onde as condições são já terríveis".

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