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Mais de cem feridos em ataque com gás tóxico em Alepo

por RTP
Reuters

Um ataque com gás tóxico numa zona residencial de Alepo, na Síria, provocou sintomas de intoxicação em cerca de cem pessoas. A informação é avançada este domingo pelo Observatório Sírio dos Direito Humanos. O Governo sírio aponta culpas às forças rebeldes, que negam todas as acusações.

A agência estatal Sana dá conta de pelo menos 107 casos de intoxicação, enquanto o Observatório Sírio dos Direitos Humanos reporta 94 casos.

O Governo sírio acusa os rebeldes de terem atacado três bairros da cidade de Alepo com gás tóxico no último sábado. O ministro dos Negócios Estrangeiros apela à condenação destes "crimes terroristas" pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os rebeldes já negaram as acusações do regime de Damasco.

"Não conseguimos apurar que tipo de gás foi usado, mas suspeitamos que se trate de gás cloro e tratámos os pacientes com base nisso, devido aos sintomas que apresentaram", disse Zaher Batal, responsável pelo sindicato de médicos de Alepo em declarações à agência Reuters.

Os pacientes mostraram dificuldades em respirar, inflamações nos olhos, tremores e desmaios. Várias fotografias e vídeos disponibilizados pela agência SANA mostram equipas médicas a ajudar pacientes com máscaras de óxigénio.

O alegado ataque prepetrado por forças rebeldes acontece depois de várias organizações terem acusado o Governo sírio de levar a cabo vários ataques químicos contra civis desde o início da guerra civil, em 2011.

O regime de Damasco negou até agora todas as acusações, mas um relatório recente da Organização para a Proibição das Armas Químicas culpa as forças de Bashar al-Assad de um ataque com gás sarin contra a população, em abril de 2017.

Nove mortos em Idlib

Abdel-Salam Abdel-Razak, responsável por uma fação insurgente contra o regime de Bashar al-Assad, garante que os rebeldes não têm armas químicas nem capacidade para as usar.

"Este regime criminoso está, sob as instruções da Rússia, a tentar acusar os rebeldes de usarem substâncias tóxicas em Alepo. É simplesmente uma mentira", escreveu no Twitter.

Abu Omar, responsável por outro grupo rebelde, acusa Damasco de estar a fabricar "uma charada maliciosa" como pretexto para atacar forças rebeldes noutros pontos do país.

Entretanto, o Ministério russo da Defesa confirmou este domingo o ataque em Alepo e adiantou que vai pedir explicações à Turquia. Ancara é responsável por garantir o cessar-fogo na zona desmilitarizada de Idlib, junto a Alepo.

Foi nesta zona que morreram pelo menos sete crianças e duas mulheres nas últimas horas, segundo revela o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. As mortes, atribuídas por aquela organização ao regime sírio, aconteceram na sequência dos primeiros raides aéreos em Idlib desde setembro.

A cidade de Alepo está a poucos quilómetros da zona desmilitarizada delimitada pela Rússia e a Turquia. Esta zona separa as tropas governamentais e as tropas rebeldes na província de Idlib e arredores.

Em Idlib, a principal força rebelde é neste momento a Tahir a-Sham, uma aliança liderada por rebeldes com ligações à al-Qaeda.

(com agências internacionais)
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