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Mais de duas centenas de mortos após forte sismo no México

por RTP
Cerca das 21h30 em Portugal o Presidente do México afirmou que colapsaram 27 edifícios na capital Reuters

Há registo de pelo menos 217 vítimas mortais e várias dezenas de edifícios em escombros, segundo o mais recente balanço do sismo que abalou o México esta terça-feira. O número de mortos foi atualizado em baixa, de acordo com a Proteção Civil.

O sismo, de magnitude 7.1 na escala de Richter foi registado às 13h14 locais no sul do México, a oito quilómetros de Atencigo, no Estado de Pueblo, e a 51 quilómetros de profundidade, segundo informou o USGS, o departamento norte-americano de geofísica.

Pouco depois do abalo surgiram os primeiros vídeos das consequências registadas na Cidade do México.
Um outro vídeo registou o momento em que um prédio desmoronou como um castelo de cartas.
Pelo menos 217 pessoas perderam a vida, segundo o balanço oficial fornecido pelas autoridades. A proteção civil chegou a avançar que seriam 248 mortos, mas o número foi depois revisto em baixa pela mesma entidade.


Em menos de duas semanas, este é o segundo sismo de grande magnitude a atingir o México. No início do mês, o sismo de 8,1 na escala de Richter provocava cerca de 90 mortos.

Em declarações à agência Lusa ao final da noite de terça-feira, o embaixador português no México dizia não haver, até ao momento, informação de portugueses entre as vítimas do sismo. O México conta com uma comunidade portuguesa de cerca de duas mil pessoas.

Plano de emergência
Peña Nieto ativou o plano de emergência do país. O "PlanMX" permite que as autoridades acelerem a resposta de emergência em situações de maior gravidade.


Na rede social Twitter, Peña Nieto, que estava a caminho do estado de Oaxaca para avaliar os estragos do sismo de há duas semanas e que regressou de imediato à capital, disse que convocou o Comité Nacional de Emergências, para coordenar todas as ações de ajuda.

Todos os hospitais que ficaram danificados com o sismo estão a ser evacuados.

Cerca das 21h30 em Portugal, Enrique Pena Nieto, Presidente do México, confirmava que pelo menos 27 edifícios haviam colapsado na Cidade do México.

Segundo a BBC, as linhas telefónicas estiveram indisponíveis durante várias horas e há cerca de 3,8 milhões de pessoas sem acesso a eletricidade.

"As pessoas estão realmente muito assustadas agora", afirmou a dentista Cláudia Meneses à agência Reuters. Cláudia estava na sua clínica no bairro de Lindavista na Cidade do México quando se deu o abalo.

"Vamos agora para um edifício que desmoronou para ver se podemos ajudar", acrescentou.
Escombros e incêndios
Inicialmente classificado de 7.4, o abalo foi fortemente sentido na Cidade do México, onde milhares de pessoas saíram às ruas em pânico e foram registados diversos vídeos de edifícios a oscilar e a desmoronar ou depois severamente danificados pelas ondas sísmicas.

Houve relatos de pânico nas ruas, de carros esmagados por pedaços que caíam de edifícios, de alertas de fugas de gás e de incêndios.

O autarca da capital, Miguel Angel Mancera, referia pelas 21h00 em Portugal que, na altura, não havia ainda registo de mortos na Cidade do México, mas que várias pessoas presas nos escombros de prédios em chamas.

Noutra cidade, a sul da capital, várias pessoas terão igualmente ficado soterradas nos escombros de edifícios que desmoronaram.

De acordo com testemunhas as primeiras ondas sísmicas foram leves mas rapidamente se intensificaram. A rede Twitter encheu-se de vídeos captados durante e logo após o sismo.

O governador do estado de Pueblo, Tony Gali, anunciou entretanto que o dispositivo de segurança FuerzaConago foi reforçado com 600 elementos para apoiar as operações de socorro.

Na Cidade do México, centenas de pessoas estão a auxiliar na remoção de escombros das vias e usam as mãos nuas para tentar chegar a vítimas soterradas.


Claudia Daut - Reuters
Um simulacro antes do sismo
O abalo de hoje coincidiu com o 32º aniversário de um sismo que destruiu a Cidade do México em 1985, que provocou pelo menos dez mil vítimas mortais.

Para assinalar a data foi organizado esta manhã um mega exercício de simulacro de sismo. Ocorreu escassas duas horas antes de se dar o abalo e várias pessoas deram graças a Deus por terem participado nele.

Foi o caso de uma estudante da Costa Rica, Nancy Diaz Arias, aluna de Gastronomia Internacional na Cidade do México, que se encontrava num restaurante quando se deu o abalo.

"Caiu-me em cima uma máquina e uma colega tirou-me dali, não podemos entrar e creio que não vamos trabalhar hoje. Pareceu-me durar uma eternidade. Há garrafas partidas, pratos partidos, um candeeiro caído. Acaba de voltar a internet, estamos assustados, realmente graça a Deus houve um simulacro, por não teríamos sabido como agir nestes momentos. Estamos na rua porque não conseguimos chegar a lado nenhum", acrescentou.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, já reagiu no Twitter, oferecendo todo o apoio aos mexicanos.


"Que Deus abençoe as pessoas do México. Estamos convosco e estaremos aqui por vocês", escreveu na sua conta o Presidente. Há duas semanas, Trump, cujas relações com o Governo de Pena Nieto são tensas, foi criticado por ter demorado vários dias antes de oferecer as suas condolências após o maior sismo de sempre a atingir o sul do país e que fez quase cem mortos.
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