Manifestante morre após confrontos, 65 vítimas fatais desde início dos protestos no Peru

por Lusa

Um manifestante antigovernamental morreu sábado em Lima, Peru, após ter sido ferido em confrontos com a polícia, disse a Provedoria de Justiça, elevando para 65 o número de mortos desde o início dos protestos, em dezembro.

"Lamentamos a morte (...) nas manifestações violentas de hoje [sábado]", escreveu o gabinete do Provedor de Justiça na rede social Twitter, indicando ainda que o "chefe de serviço do Hospital de Urgência Grau está a coordenar com o Ministério Público peruano os procedimentos de acordo com a lei".

O Congresso do Peru rejeitou na sexta-feira antecipar as eleições gerais do país para outubro, mas o presidente do Congresso, José Williams, informou que fora apresentado um pedido de reconsideração, que será discutido na segunda-feira e que implica uma nova votação.

A demissão da Presidente, Dina Boluarte, a dissolução do Congresso e a convocação imediata de eleições para uma assembleia constituinte, a punição para os responsáveis policiais e militares envolvidos na sangrenta repressão dos protestos e a libertação do ex-Presidente Pedro Castillo -- acusado de promover um "golpe de Estado" constitucional e em prisão preventiva desde o início de dezembro --, são as principais reivindicações dos manifestantes, provenientes das zonas mais pobres do país.

A crise política que abala o Peru é também reflexo do enorme fosso entre Lima, a capital, e as províncias pobres que apoiam Castillo, de origem ameríndia, e que nunca foi aceite no Palácio Presidencial pela elite e a oligarquia citadina, e pelos principais `media` na posse de abastados empresários.

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