Maputo reitera que vai liderar forças da SADC

por Lusa

O Ministério da Defesa moçambicano reiterou hoje que as forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) destacadas para apoiar o país no combate ao terrorismo em Cabo Delgado serão comandadas por Moçambique.

"Naturalmente, as forças vão ser lideradas pelos respetivos comandos [de cada país-membro], mas é claro que o ´coordenador-mor´ é a República de Moçambique", declarou o porta-voz do Ministério da Defesa, Omar Saranga, em declarações à comunicação social hoje em Maputo.

Segundo a fonte, países como África do Sul, Tanzânia, Angola e Botsuana confirmaram que vão enviar as suas forças, mas Moçambique também espera por outros soldados de países-membros daquela organização regional.

"Com o decorrer das operações, outras nações vão manifestar-se para apoiar o país", acrescentou o porta-voz do Ministério da Defesa, que anunciou na manhã de hoje que uma "equipa de avanço" para a preparação das condições já está em Moçambique.

Após um encontro hoje com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, o chefe da missão da SADC, Mpho Molomo, avançou que está a trabalhar com o executivo moçambicano para a criação de um escritório para a sua equipa em Maputo.

O mandato de uma "força conjunta em estado de alerta" da SADC para apoiar Moçambique no combate contra o terrorismo em Cabo Delgado foi aprovado em 23 de junho, numa cimeira extraordinária da organização em Maputo que debateu a violência armada naquela província do Norte do país.

Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar a Moçambique, mas peritos da SADC que estiveram em Cabo Delgado já tinham avançado em abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados.

Em Cabo Delgado, já se encontra um contingente de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.

Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico.

Há mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com as Nações Unidas.

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