O antigo advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen, reclamou em tribunal o pagamento pela Trump Organization de 1,9 milhões de dólares (1,7 milhões de euros).
Na fundamentação da sua ação, entregue na quinta-feira no tribunal estadual de Nova Iorque, Cohen acusou a Trump Organization de ter interrompido os pagamentos das suas despesas judiciais.
Esta suspensão ocorreu depois de Cohen ter começado a cooperar com os procuradores federais nas investigações destes aos negócios de Trump com os russos e com as tentativas do presidente norte-americano de silenciar mulheres que tinham histórias comprometedoras sobre a sua vida pessoal.
A Trump Organization não respondeu aos pedidos de comentários.
No texto do processo alegou-se que a empresa deixou de pagar a defesa legal de Cohen cerca de dois meses depois de a polícia federal (FBI, na sigle em Inglês) ter feito buscas na casa e no escritório de Cohen.
Especificou-se que a suspensão começou quando Cohen começou a discutir em privado com amigos e família a cooperação com o procurador especial Robert Mueller e os procuradores federais em Nova Iorque.
Cohen declarou-se culpado, em agosto, de crimes fiscais, mentir ao Congresso e de violações da legislação sobre o financiamento de campanhas eleitorais.
Deve começar a cumprir em maio uma sentença de três anos de prisão.
No processo alegou-se que, como parte do seu trabalho para Trump, a empresa concordou em indemnizá-lo pelo trabalho relacionado o grupo. Adiantou-se que a Trump Organization inicialmente cumpriu, pagando mais de 1,7 milhões de dólares de despesas de Cohen com a sua defesa.
Cohen contratou o escritório de advogados McDermott Will & Emery na primavera de 2017, depois de ter ficado claro que se tinha tornado uma `pessoa de interesse` na investigação de Mueller.
A firma abandonou a sua defesa na primavera passada, depois de a Trump Organization ter deixado de pagar as contas de Cohen, uma retirada que na alegação agora entregue foi classificada como "prejudicial" para a capacidade de Cohen responder às investigações federais.
Cohen foi um dos advogados e conselheiros mais próximos de Trump durante uma década, até que se afastaram no verão passado.
Depois de ter chegado a declarar que "receberia uma bala" pelo presidente, Cohen reuniu-se com procuradores federais em Nova Iorque e nas instalações de Robert Mueller, a quem disse que tinha mentido ao Congresso para proteger Trump e pago a duas mulheres para as impedir de falar sobre alegados casos com Trump.