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Mike Pompeo em Pyongyang para pressionar desnuclearização norte-coreana

por RTP
Mike Pompeo e Kim Jong-un durante a primeira visita do secretário de Estado norte-americano a Pyongyang, no final de abril Reuters

Mike Pompeo, secretário de Estado dos Estados Unidos, chega a Pyongyang esta sexta-feira para continuar as negociações com o Governo norte-coreano, de modo a garantir que o regime não desiste de abdicar do armamento nuclear. A visita acontece depois da cimeira entre Donald Trump e King Jong-un no dia 12 de junho, que permitiu o avanço para o acordo de desnuclearização da península coreana.

Nesta visita, a terceira desde que é secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo deverá reunir-se com Kim Jong-un, ainda que a agenda do encontro não tenha sido revelada.

Segundo o jornal britâncio The Guardian, os EUA não têm para já informações viáveis sobre a localização de todas as instalações de produção e testes da Coreia do Norte, assim como o tamanho do inventário balístico.

“Espero, mas não estou confiante, que a Coreia do Norte dê passos que igualem as concessões que Trump já fez ao acabar com os exercícios militares na Coreia do Sul e ao oferecer legitimidade a Kim com esta cimeira”, afirmou Thomas Countryman, ex responsável pelo controlo de armamento da Administração de Barack Obama. 

Depois da viagem à Coreia do Norte, Mike Pompeo também se vai reuniar no domingo com as autoridades japonesas e sul-coreanas para discutir os resultados das negociações, de forma a tranquilizar os aliados de Washington.

O secretário de Estado precisa de apurar os avanços feitos pelo programa nuclear e de mísseis de forma a que as autoridades americanas possam fazer um calendário detalhado de desnuclearização.  
Instalações secretas? 

Entretanto, a Agência de Informação militar norte-americana concluiu que a Coreia do Norte está à procura de formas para esconder as armas nucleares que tem, e as instalações secretas onde são feitas.

O jornal Washington Post e a NBC News noticiaram uma avaliação feita pela espionagem militar dos EUA sobre uma central nuclear subterrânea Kangson, com uma capacidade superior à da instalação já conhecida em Yongbyon. Espiões dos EUA acreditam que existem outros locais secretos onde são feitas e armazenadas as armas.

Segundo um relatório divulgado pelo Middlebury Institute of Internacional Studies de Montery, existem imagens de satélite que comprovam a expansão dessas instalações.  

As autoridades norte-americanas referiram que “não há evidências de que eles estejam a diminuir o stock ou que tenham interrompido a produção.”

Informações fornecidas por um agente à NBC News garantem que o enriquecimento de urânio foi intensificado, embora não se realizem testes nucleares e de mísseis há oito meses.

"Há muitas coisas que sabemos que a Coreia do Norte tentou esconder de nós por um longo tempo", disse um funcionário norte-americano à NBC.  

Na passada terça-feira, Donald Trump garantia no Twitter que Washington e Pyongyang estão a ter “muitas boas conversas” sobre a desnuclearização da Coreia do Norte. “Se não fosse por mim, estaríamos agora em guerra com a Coreia do Norte!” acrescentou Trump.  

Heather Nauret, porta-voz do departamento de Estado recusou-se a dar um prazo para a desnuclearização da Coreia do Norte. “Não vamos fornecer uma linha de tempo (...). Ainda há muito trabalho a fazer, certamente. Nós estamos de olhos abertos", afirmou. Resta saber se Mike Pompeo vai dar um prazo a Kim Jong-un para a desnuclearização.
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