Ministério Público moçambicano interrogou Elias Dhlakama sobre ataques no centro do país

por Lusa

O Ministério Público moçambicano interrogou hoje Elias Dhlakama, irmão do falecido líder da Renamo (oposição) Afonso Dhlakama, sobre o seu alegado envolvimento no apoio à Junta Militar da Renamo, acusada pelas autoridades de ataques armados no centro do país.

Em declarações ao canal de televisão privado STV, Alberto Sabie, advogado de Elias Dhlakama, disse que o seu cliente foi ouvido na sequência de alegações de que o político faz parte de um grupo de quadros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) que apoia a Junta Militar, uma dissidência da guerrilha do principal partido da oposição.

As alegações foram feitas por um grupo de seis homens detidos em outubro do ano passado por supostas ligações à Junta Militar da Renamo.

Alberto Sabie avançou que Elias Dhlakama foi ouvido como declarante, no âmbito de uma instrução preparatória sobre o caso, tendo negado qualquer envolvimento com a Junta Militar da Renamo.

"Esclareceu o que ele sabe, que não conhece aqueles indivíduos que o citaram", referiu o advogado.

Elias Dhlakama foi eleito deputado à Assembleia da República pela Renamo, a cuja guerrilha serviu durante longos anos na guerra civil de 16 anos que terminou em 1992.

Após o fim do conflito, integrou as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que resultaram da fusão entre membros da guerrilha da Renamo e do exército governamental, chegando à patente de general.

Nas eleições gerais de 15 de outubro do ano passado, foi eleito deputado à Assembleia da República de Moçambique pela Renamo.

A polícia moçambicana acusa a Junta Militar da Renamo de autoria dos ataques armados nas estradas nacionais número 1 e 6 na região Centro de Moçambique e que já provocaram a morte de mais de 20 pessoas.

Além de Elias Dhlakama, a Procuradoria-Geral da República já ouviu outros quatro da Renamo por alegado apoio à junta.

A direção da Renamo tem reiteradamente se distanciado das supostas ações armadas da Junta Militar, enquanto o seu líder, Mariano Nhongo, nega qualquer responsabilidade nos ataques.

No entanto, no final do ano, Mariano Nhongo avisou que o centro do país só terá o fim da violência armada com a renúncia do atual presidente da Renamo.

Tópicos
pub