Ministro alemão diz que extrema direita ameaça cultura da memória sobre Holocausto

por Lusa

Berlim, 27 jan (Lusa) -- O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros avisou hoje que a ascensão da extrema direita ameaça a cultura da memória sobre o Holocausto, apelando para que se mantenha viva a evocação daquele período.

"A nossa cultura da memória desmorona e está sob pressão da extrema direita", afirmou Heiko Maas num artigo hoje publicado no semanário Welt am Sonntag, no dia em que se evoca a Memória das Vítimas do Holocausto.

O risco de quebra da memória torna-se mais evidente, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, porque muitos jovens pouco sabem sobre o Holocausto.

Segundo investigações divulgadas recentemente, 40% dos jovens alemães afirmam não saber "quase nada" sobre o Holocausto, o que o chefe da diplomacia da Alemanha classifica como "números alarmantes".

"Temos de garantir que a nossa cultura de lembrança se torne uma cultura de conhecimento e que alcançar o conhecimento histórico seja útil para o presente", escreveu Maas.

A chanceler alemã, Ângela Merkel, disse na sua mensagem semanal de vídeo que há que "recordar as vítimas de racismo e ódio para que a história nunca se repita".

Atualmente, e pela primeira vez desde o fim da II Guerra Mundial, há um partido -- Alternativa pela Alemanha -- que está contra a evocação das vítimas do Holocausto.

Hoje, a Alemanha e muitos outros países assinalam o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto -- 75 anos depois de o exército soviético libertar o campo de concentração de Auschwitz na Polónia ocupada.

Cerca de seis milhões de judeus europeus foram assassinados durante o Holocausto.

Tópicos
pub