Missão da ONU na RCA insuficiente para defender população

por Lusa

Nações Unidas, Nova Iorque, 23 out (Lusa) - A representante permanente da República Centro-Africana (RCA) na ONU considerou hoje que a Minusca, missão de paz daquela organização que integra militares portugueses, é insuficiente para a defesa da população, apelando à ajuda internacional na formação das forças próprias.

Para a diplomata centrafricana Ambroisine Kpongo, a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca), "não pode, por si só, assegurar a proteção duradoura dos civis por todo o território nacional".

"A formação e equipamento da defesa nacional e das forças de segurança é essencial. É a nossa prioridade de topo e os parceiros internacionais deviam concentrar-se nisso", declarou hoje Ambroisine Kpongo no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Minusca mantém forças militares internacionais naquele país africano desde 2014.

Portugal faz parte da missão desde 2017 e tem atualmente 156 militares no território da RCA, naquela que já é a 4.ª Força Nacional Destacada Conjunta.

O Conselho de Segurança manteve hoje uma reunião sobre a situação na República Centro-Africana, onde participaram por videoconferência o representante da União Europeia e Diretor-geral para a África no Serviço Europeu de Ação Externa, Koen Vervaeke, o Representante Especial da União Africana para a RCA, Moussa Nébié, além do emissário da ONU para a República Centro-Africana e chefe da Minusca, Parfait Onanga-Anyanga.

Koen Vervaeke considerou que os batalhões provenientes da União Europeia são devidamente treinados e vão ajudar na estabilização da situação da RCA durante todo o mandato da missão da UE, até setembro de 2020, reiterando também a dedicação da União Europeia na "cooperação trilateral" (UE-ONU-RCA).

O emissário da ONU para a RCA acredita que o Tribunal Penal Especial da República Centro-Africana, que realizou a sessão inaugural a 22 de outubro, vai ter um papel importante no combate à impunidade dos que cometem crimes de guerra e crimes contra a sociedade civil.

Parfait Onanga-Anyanga disse que, desde o início do ano, a distribuição de fundos comunitários ganhou ritmo e fez circular quase metade dos 2.200 milhões de dólares (1.916 milhões de euros) das doações internacionais recolhidas.

O Conselho de Segurança saudou a Missão da União Europeia de treinamento militar na RCA, a Iniciativa Africana para a Paz e Reconciliação na RCA e também a ação das Forças Armadas Centro-Africanas (FACA).

Tópicos
pub