Mísseis da Coreia do Norte: Kiev abre inquérito a alegada venda de motores

por RTP
Poroshenko em visita a fábrica, em 2014 Serviço de Imprensa Presidencial via Reuters

A Ucrânia vai investigar a alegada venda de motores ucranianos à Coreia do Norte, para “confirmar” que as acusações apontadas a Kiev são infundadas. A notícia foi avançada pelo Presidente Petro Poroshenko.

"Pouco importa que as acusações contra a Ucrânia sejam absurdas, como parceiros responsáveis devemos verificar cuidadosamente as informações publicadas pelo [jornal norte-americano] The New York Times sobre a alegada entrega de motores para mísseis ou de tecnologia relevante à Coreia do Norte”, escreveu o chefe de Estado ucraniano na sua página no Facebook.


“É por isso que ordenou imediatamente (…) um inquérito aprofundado e completo sobre a situação e apresentaremos as conclusões dentro de três dias”, anunciou o Presidente.

Para Poroshenko, o inquérito irá “confirmar” que as acusações contra a Ucrânia são “invenções”, ao mesmo tempo que irá determinar a “verdadeira fonte das notícias e as intenções destas acusações falsas e infundadas”.

Na segunda-feira, numa entrevista ao diário norte-americano The New York Times, o grupo de reflexão International Institute for Strategic Studies (IISS) afirmou que era “provável” que os motores dos mísseis norte-coreanos fossem provenientes da Ucrânia.

De acordo com estudos citados pelo diário, os recentes testes de mísseis balísticos norte-coreanos, aparentemente capazes de alcançar o território dos Estados Unidos, foram possíveis graças a compras no mercado negro para mísseis, “provavelmente procedentes de uma fábrica ucraniana”.

O jornal avançou que uma empresa ucraniana com o nome Ioujmach, que enfrenta dificuldades financeiras desde a queda do governo ucraniano pró-russo em 2014, tem estado a ser investigada por agências de inteligência e peritos.

Kiev rejeitou as acusações, assegurando que o país não forneceu motores para mísseis ou outras tecnologias balísticas da Coreia do Norte. A Ucrânia diz tratar-se de uma “campanha” dos serviços secretos russos para “encobrir a sua participação em programas nucleares e balísticos norte-coreanos”.

A oposição ucraniana também já comentou este caso, com a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko a declarar que, caso se confirme a informação avançada pelo jornal americano, “seria uma catástrofe para a Ucrânia”, país que “seria privado do apoio de todo o mundo civilizado”.


c/Lusa
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