MNE timorense garante que Governo cumprirá compromissos apesar de situação política

por Lusa

Díli, 20 out (Lusa) - O Governo timorense garantiu hoje ao corpo diplomático acreditado em Díli que cumprirá todos os seus compromissos, referindo que apesar do atual momento de tensão política, Timor-Leste "continuará a merecer a confiança internacional".

"O país continua estável, pacífico, com todas as atividades a decorrer com normalidade", disse Aurélio Guterres, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, num encontro com diplomatas, um dia depois de a oposição ter aprovado no Parlamento Nacional uma moção de rejeição ao programa do Governo.

"Todos os programas estão a decorrer com normalidade e a administração estatal cumprirá todos os seus compromissos. Timor-Leste continuará a ser um exemplo de construção de Estado e a merecer a confiança de todos", afirmou, durante o curto encontro.

Apelando aos "investidores internacionais e às empresas para que continuem a depositar a sua confiança em Timor-Leste", o chefe da diplomacia disse que o processo político em curso acabará por beneficiar o povo e o país.

Confirmou ainda que o Governo vai fazer nas próximas semanas uma segunda apresentação do programa do executivo ainda que não seja o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, a defender o texto no parlamento.

A moção de rejeição foi aprovada com o apoio da bancada do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e do Partido Libertação Popular (PLP) - liderados respetivamente pelos ex-Presidentes e líderes históricos timorenses Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak - e pelos deputados do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que se estreia no parlamento na atual legislatura.

Os três partidos controlam 35 dos 65 lugares do Parlamento Nacional contra os 30 dos partidos da coligação de Governo, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e o Partido Democrático (PD).

Aurélio Guterres garantiu que todo o processo político continuará a respeitar escrupulosamente a Constituição e explicou que os líderes nacionais vão dialogar, aguardando-se o regresso de Xanana Gusmão a Timor-Leste "na próxima semana".

"Estamos a tentar ter mais comunicação, mais debates. Estamos à espera do nosso líder que ainda continua fora do país. Esperamos que na próxima semana esteja aqui. Claro que nos vamos sentar e debater e acredito que chegaremos a um acordo para a melhoria deste país. Nenhum líder quer que Timor-Leste seja um Estado falhado", afirmou.

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