Moçambique. Número de vítimas mortais sobe para 242

por RTP
A cidade da Beira vive um dos piores desastres naturais da sua história Tiago Petinga - EPA

O balanço de vítimas mortais em Moçambique continua a subir, havendo neste momento 242 mortos. Milhares de pessoas afetadas pelo ciclone Idai continuam à espera das operações de resgate e de ajuda humanitária. Trinta portugueses ainda estão por localizar na cidade da Beira.

A atualização do balanço foi feito pelo chefe da região da África Austral do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, que anunciou que o governo moçambicano atualizou o número de vítimas mortais no país.

Depois da passagem do ciclone Idai que devastou quase a totalidade da cidade da Beira, são já 242 vítimas mortais em Moçambique, um número que deverá subir nos próximos dias.

O governo do Zimbabué também atualizou o balanço de mortes que vai já nos 139 e 189 desaparecidos. No Malawi registam-se 56 mortes e mais de 170 feridos. Assim, o número total de vítimas mortais nos três países é superior a 430 mortos, números avançados pelos governos de Moçambique, Zimbabué e Malawi.

As instituições de cariz humanitário avançam que os dados são preliminares e vão continuar a aumentar. Na cidade da Beira, existem milhares de pessoas que se encontram deslocadas e esperam por resgate.
Portugal envia C-130 para prestar auxílio

Portugal já mobilizou equipas para viajarem para Moçambique para prestar auxílio aos milhares de pessoas que se encontram deslocadas e à espera de salvamento.

Augusto Santos Silva anunciou a ida de um avião C-130, com um grupo de militares. Em coordenação com a Proteção Civil, vão fazer parte das operações de resgate. Serão enviados também mantimentos, como camas, tendas e medicamentos.

Na cidade da Beira já se encontra José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que transmitiu a solidariedade de Portugal ao governo moçambicano. Num encontro com Celso Correia, ministro da Terra e Planeamento de Moçambique, o secretário de Estado informou também que está a caminho uma equipa especialista em resgates e ouviu as queixas da comunidade portuguesa na Beira.

Os portugueses presentes na cidade pediram a criação de linhas de crédito, um pedido expresso numa carta assinada por 51 cidadãos, a maior parte empresários.

Entre os principais pedidos está que Portugal indique uma força especial para garantir a proteção dos portugueses na Beira e ainda a criação de uma linha de crédito que os possa apoiar em casos urgentes e no esforço de reconstrução que se segue.

No encontro, a comunidade pediu maior presença do consulado português, que acusou de pouco ou nada ter feito para a ajudar.
Idai deixa rasto de destruição
Na última quinta-feira, o ciclone Idai atingiu o território de Moçambique deixando atrás de si um rasto de destruição. A ONU considerou que a tempestade foi a pior de sempre a passar pelo hemisfério sul e falou em “devastação incrível”.

Quase 1300 quilómetros quadrados de Moçambique foram afetados, sendo as províncias de Sofala, Manica, e Zambézia as mais afetadas, de acordo com dados recolhidos pelo programa europeu Copernicus.

Só em Sofala, a área inundada corresponde a 122 mil campos de futebol. Devido à magnitude dos estragos causados, a comunidade internacional tem-se mobilizado para ajudar os países afetados.

Esta quinta-feira, a União Europeia, pelas palavras de Federica Mogherini, voltou a afirmar que quer ajudar Moçambique, garantindo mobilização total.

"Moçambique tem de saber que a UE e eu pessoalmente, nós pessoalmente, estaremos totalmente mobilizados para os acompanhar passo a passo e para ajudar o país a recuperar desta tragédia terrível, terrível (...) Estamos lá para os apoiar com toda a nossa energia e com todos os nossos recursos, também de uma forma coordenada com os Estados-membros. E quero agradecer a Portugal pelo que já tem feito", disse Mogherini.

Cabo Verde anunciou que está disposto a ajudar e que vai doar mais de 170 mil euros.
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