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Moção de censura ao governo de Boris Johnson derrotada

por Lusa

Uma moção de censura ao governo britânico, invulgarmente apresentada pelo próprio primeiro-ministro Boris Johnson, foi hoje rejeitada no parlamento pelo mesmo partido Conservador que forçou a demissão do líder há duas semanas. 

A moção foi rejeitada por 349 votos contra 238 numa votação esta noite, após um debate que durou mais de cinco horas, um resultado esperado tendo em conta a maioria absoluta do Partido Conservador na Câmara dos Comuns. 

"Não faço ideia porque é que o líder da oposição insistiu que devemos ter uma moção de censura hoje, quando poderíamos estar a poupar as pessoas dos perigos da Internet, poderíamos estar a corrigir os problemas do protocolo da Irlanda do Norte", questionou Johnson no discurso de abertura. 

Porém, foi interrompido pelo presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, para lembrar que "na verdade foi o governo que apresentou" moção de censura, arrancando risos dos deputados. 

Normalmente é a oposição que apresenta moções de censura ao governo, mas o executivo rejeitou o texto proposto pelo Partido Trabalhista, que se centrava pessoalmente em Johnson, e apresentou a sua própria moção. 

"Este é um dos governos mais dinâmicos dos tempos modernos, não só ultrapassando a adversidade a uma escala que não vemos há séculos, mas também dando provas na adversidade", argumentou Johnson, ao pedir um voto de confiança dos deputados Conservadores.

O primeiro-ministro demitiu-se da liderança dos `tories` na semana passada, na sequência da saída de mais de 50 membros do governo, que responsabilizaram o chefe do executivo por uma série de escândalos.

Recebido com apupos dos `tories, o líder Trabalhista, Keir Starmer, sugeriu aos rivais "relerem as próprias cartas de demissão" em vez de defenderem o governo de Johnson, e recordou David Cameron e Theresa May.  

"Ao contrário dos seus antecessores, este primeiro-ministro não foi forçado a sair por causa de desacordos políticos. (...) Em vez disso, foi forçado a sair em desgraça, julgado pelos seus colegas e pares como indigno da sua posição e impróprio para o cargo", vincou.

A demissão de Boris Johnson desencadeou uma eleição eleição para a liderança dos Conservadores, cujo processo só encerra com o anúncio do vencedor a 05 de setembro.

O vencedor será feito primeiro-ministro e convidado a formar governo pela rainha Isabel II, pois o Partido Conservador tem a maioria absoluta no parlamento.

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