Moscovo tem "quase 100 por cento de certeza" da morte de Baghdadi

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Bassam Khabieh - Reuters

Entre rumores e suspeitas, continua por apresentar a prova que coloque fim às especulações sobre a “nova” morte do líder do Estado Islâmico, desta vez durante um bombardeamento russo nos arredores de Raqqa, o bastião sírio dos extremistas. O mais próximo de uma confirmação surgiu esta sexta-feira por parte do patrão da comissão de defesa do Parlamento russo. Vikor Ozerov diz ter “quase 100 por cento de certeza” de que Abu Bakr al-Baghdadi foi eliminado.

A declaração de Viktor Ozerov surge numa altura em que o Estado Islâmico começa a dar sinais de rutura na sua estrutura e o território que controla encolhe de dia para dia. A convicção do senador Ozerov foi registada um dia depois das notícias da destruição da mesquita histórica de al-Nuri, em Mossul, onde Baghdadi proclamou em 2014 o nascimento do novo califado, o que está a ser visto como um sinal da assunção da derrota por parte do grupo.

“Eu penso que a informação é quase 100 por cento certa”, afirmou Viktor Ozerov, citado pela agência Interfax, argumentando que o Ministério da Defesa nunca teria avançado com esta informação se não tivesse todas as confirmações, correndo o risco de posteriormente vir a ser desmentido.Em causa está um ataque lançado num local onde se encontravam vários comandantes do Estado Islâmico e que Sergei Shoigu, o ministro da Defesa, referiu como fatal para Abu Bakr al-Baghdadi.


Este responsável russo estava a referir-se à informação de um ataque fatal para o líder do Estado Islâmico durante o bombardeamento na semana passada das forças russas nos arredores da cidade de Raqqa, bastião do grupo na Síria.

A informação continua, no entanto, a enfermar da ausência de uma confirmação categórica. E este é um lapso inescapável, já que, ao longo dos anos, desde 2014, desde o discurso de al-Baghdadi no púlpito de al-Nuri, a sua morte foi anunciada, confirmada e desmentida por diversas ocasiões.

Ozerov acrescenta, todavia, que “o facto de o Estado Islâmico não ter ainda mostrado o seu líder em parte nenhuma [depois das referências ao ataque e à sua morte] dá consistência à ideia de que Baghdadi foi morto”.

Por exemplo, em fevereiro deste ano, foi anunciado que a aviação iraquiana atacou uma reunião de comandantes do Estado Islâmico no Iraque para onde confluíra uma coluna automóvel monitorizada desde que saíra de Raqqa – deslocando-se para o oeste do Iraque, rumo a al-Qaim, perto da fronteira – e na qual estaria Baghdadi.

Em comunicado, as forças iraquianas davam conta do ataque com aviões de combate F16, “um ataque direto ao local da reunião [que] provocou a morte a 13 comandantes do Daesh”. Não pôde, contudo, confirmar a presença de Baghdadi no encontro.
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