Mulher de François Fillon constituída arguida no caso dos empregos fictícios

por RTP
Charles Platiau - Reuters

Depois de François, Penelope. A mulher do candidato presidencial François Fillon foi esta terça-feira constituída arguida no âmbito da investigação aos alegados empregos fictícios no Parlamento. O Estado gaulês terá pago centenas de milhares de euros a Penelope por funções que esta nunca terá exercido.

A esposa do candidato conservador está indiciada por “cumplicidade e ocultação de desvio de fundos públicos, cumplicidade e ocultação de abuso de bens públicos e ocultação de fraude agravada”.

A mulher de François Fillon é a terceira arguida da investigação, depois de o próprio marido ter sido constituído arguido a 14 de março de 2017. Também Marc Joulaud, que substitui François Fillon no Parlamento, foi já constituído arguido.
Empregos no Parlamento
François Fillon é investigado por suspeita de desvio de fundos públicos, cumplicidade na apropriação indevida de fundos, aceitação de fundos e não declaração de ativos na totalidade à autoridade para a transparência.

Em causa está a polémica que envolve a família do candidato: a mulher e os filhos terão recebido remunerações relativas a funções que nunca exerceram.

Segundo a investigação do jornal satírico Le Canard Enchainé, revelada em finais de janeiro, Penelope Fillon terá auferido mais de 900 mil euros durante oito anos, por desempenhar funções como assistente do marido e de Marc Joulaud, que lhe sucedeu no Parlamento.

François Fillon garante ser inocente, tendo já denunciado o que considera ser uma “caça ao homem”. Apesar da acusação e do processo em curso, o vencedor da Primária do centro e da direita decidiu continuar na corrida presidencial. As suspeitas em torno do candidato provocaram já uma queda abruta nas intenções de voto.

Outrora candidato melhor colocado para suceder a François Hollande no Eliseu, François Fillon aparece atualmente em terceiro lugar nas sondagens e, como tal, fora da segunda volta. Todos os institutos indicam atualmente que Emmanuel Macron e Marine Le Pen serão os vencedores da primeira volta, com o ex-ministro socialista a levar a melhor na derradeira votação.
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