Mundial do Catar. Banido adepto italiano que invadiu o Portugal-Uruguai com bandeira LGBT+

por RTP
Lusa

O adepto que invadiu o relvado do Estádio de Lusail durante o Portugal-Uruguai está impedido de assistir a mais jogos da competição. A decisão foi tomada pelo Comité Supremo do Catar, organismo responsável pela organização do Mundial, depois de num primeiro momento ter sido garantido a Mario Ferri que não seria alvo de qualquer punição.

O Comité Supremo do Catar (CSC) anunciou esta terça-feira que Mario Ferri não poderá assistir a mais jogos do Campeonato do Mundo, tendo sido banido depois de invadir o Portugal-Uruguai.

Em comunicado, o organismo afirmou que o italiano foi libertado pouco depois de ter sido retirado de campo. No entanto, o seu Hayya Card, o visto atribuído a quem entrou no país para assistir à competição, foi revogado, pelo que está impedido de marcar presença em futuras partidas do torneio."Em consequência das suas ações e da prática habitual, a sua entrada foi cancelada e foi banido de futuros jogos neste torneio", disse o organismo.

Contudo, horas antes de ser tornado público o comunicado do CSC, o ativista garantiu em entrevista ao portal brasileiro Globoesporto que não iria sofrer qualquer tipo de sanção. Mario Ferri afirmou ter sido bem tratado pela polícia e ter recebido autorização para assistir aos jogos Irão-Estados Unidos e Brasil-Camarões, para os quais já teria bilhete, sob a condição de não voltar a protestar em campo.

"Assinei uma declaração para que não voltasse a fazer isto. Eles permitiram-me ver as partidas. Eu pedi 'Posso ver as partidas?'. Disseram 'Sim, você é bem-vindo. Pode permanecer no Catar'", afirmou o próprio.

O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros também tinha anunciado esta manhã que Mario Ferri teria sido libertado pelas autoridades sem qualquer sanção.

Mario Ferri, conhecido como Falcão, já tem um historial de invasão de relvados, tendo entrado em campo no jogo entre a Bélgica e os Estados Unidos, do Mundial2014, no Brasil, com uma camisola onde se lia “Salvem os filhos da favela”.

Ao minuto 61 do encontro Portugal-Uruguai (2-0), do grupo H do Mundial, Mario Ferri invadiu o relvado do estádio de Lusail, agitando uma bandeira em apoio à comunidade LGBTQIA+ e vestindo uma ‘t-shirt’ com a inscrição “Respect for iranian woman [respeito para as mulheres iranianas]” na parte de trás e “Save Ukraine [salvem a Ucrânia]” na parte da frente.

Na sua conta de Instagram, o italiano justificou a invasão de campo como uma forma de tocar assuntos importantes que têm estado na ordem do dia.

Mario Ferri disse que em relação ao Irão, onde "as mulheres não são respeitadas", o mundo tem que mudar e que isso acontece com gestos fortes. No que diz respeito à Ucrânia, revelou que trabalhou como voluntário em Kiev, onde viu o sofrimento do povo local, e por isso, sentia a necessidade de fazer mais um apelo à paz.

Quanto à bandeira multicor, o italiano lembrou que a FIFA a baniu, mas ele queria passar a mensagem de que se pretende um mundo livre que respeite todas as raças e ideias.



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