Músico Jorge Queijo abre série de álbuns com "Adufes & Pandeiro" que apresenta no Porto

por Lusa

O músico multi-instrumentista Jorge Queijo apresenta, no domingo, no Porto, o seu novo álbum, "Adufes & Pandeiro", primeiro de uma série de dez, dedicada a diferentes universos instrumentais, que prevê editar até ao final do ano.

O álbum "Adufes & Pandeiro" vai ser apresentado no espaço Solilóquios, junto à Praça de Lisboa, dedicado a ciclos de música a solo, que o músico considerou o local "ideal, intimista e com boa acústica", em declarações à agência Lusa.

Sobra os dez álbuns/CD, a publicar ao longo do ano, Jorge Queijo disse que "serão muito variados uns dos outros", prevendo fazer um deles com o músico, compositor e artista visual japonês Yoshio Machida, no qual vai tocar bateria. Em outros, Jorge Queijo vai tocar piano, guitarra "e, a meio do ano, [deverá surgir] um inédito, com canções".

O CD que vai gravar com Yoshio Machida, com quem já trabalhou, resulta de um residência artística de Jorge Queijo em Abu Dhabi, e o único pedido que fez ao músico japonês foi para ele "usar muito o sintetizador, nomeadamente, um que ele tem, um MS de 1974".

Desta série de álbuns, está também previsto um disco de gamelão, instrumento de percussão indonésio com "uma sonoridade incrível, fora do nosso imaginário musical".

O único gamelão existente no país é propriedade da Casa da Música, no Porto.

Quanto ao seu processo de composição o músico disse: "Às vezes olho para os instrumentos e, como tenho um estúdio em casa, componho e gravo".

"Estou muito ligado à música contemporânea, ao lado minimalista, e vou por vários caminhos", disse, referindo os compositores norte-americanos Philip Glass e John Adams como referências.

"Claramente um criador contemporâneo", Jorge Queijo referiu também o seu interesse "pela música tradicional e as suas raízes".

"Gosto de ir beber à música tradicional, mas o desafio que ponho a mim mesmo é afastar dessa parte tradicional, não para o negar mas para descobrir outras coisas e pelo seu lado mais difícil".

O álbum "Adufes & Pandeiro", disse o músico, remete para a sua infância e juventude, vividas em Trás-os-Montes, e reflete a sua formação em percussão clássica".

Foi gravado "de uma forma muito intuitiva numa tarde", nas novas instalações da Orquestra de Jazz de Matosinhos, a convite desta, recordou.

Jorge Queijo é licenciado em Jazz pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, do Porto. Concluiu o mestrado em Music Leadership, na London Guildhall School of Music and Drama.

Colabora regularmente com o Serviço Educativo da Casa da Música, no Porto, onde realiza `workshops` de gamelão, percussão, promove música em comunidades e música em contextos especiais.

É o criador da instalação "Blind Box", sobre a importância do som em percursos efetuados por invisuais, e do espectáculo "1.12 mm in the brain", baseado em experiências com ressonâncias magnéticas e encefalogramas.

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