A NASA está há oito dias a tentar restabelecer contacto com um satélite científico que estuda a interação do espaço com o clima terrestre na ionosfera do planeta. A sonda ICON - Ionospheric Connection Explorer foi lançada há três anos. Os técnicos falam, para já, em problema técnico.
A informação da perda de contacto foi dada a conhecer na passada quarta-feira pela agência espacial norte-amaricana, informando a NASA que a ICON está silenciosa desde 25 de novembro.
De acordo com os controladores, a perda do contacto teria desencadeado um mecanismo de segurança designado por “temporizador de perda de comando”, que resulta num blackout do sistema da ICON durante de oito dias. Findo esse período, o sistema está programado para ser reiniciado.
Acontece que a NASA ainda conseguiu restaurar o contato com o ICON, mesmo depois de ter completado o "ciclo de energia" previsto.
A NASA descarta, por enquanto, quaisquer danos na ICON decorrentes de impactos de detritos, registados nos últimos tempos devido a experiências militares russas. Uma informação que teve a validação da Rede de Vigilância Espacial do Departamento de Defesa, apesar de esta estar numa órbita baixa da Terra, local onde ocorreu esse incidente.
A missão ICON custou cerca de 250 milhões de Euros e foi projetada para estudar para entender melhor o que impulsiona as variações na ionosfera e a interação do clima espacial e terrestre Terra.
Um dos exemplos da importância deste equipamento foi o estudo e medição que mostrou que a erupção vulcânica Hunga Tonga-Hunga Ha'apai em janeiro de 2022, no Pacífico, teve efeitos que se estenderam até a ionosfera, onde interrompeu as correntes elétricas.
A ICON completou sua missão primária de dois anos no final de 2021 e estava, agora, numa missão estendida interina.
A missão da ICON fará parte da próxima revisão de missões heliofísicas da NASA, em 2023, para determinar se sua missão deve ser estendida. A agência espacial prevê gastar neste programa mais 6,7 milhões de euros na missão ICON até ao final de 2023.