O estado de saúde de Alexei Navalny está a deteriorar-se. O rosto da oposição ao Presidente russo, Vladimir Putin, está a perder a sensação nas pernas e nas mãos, revelou o seu advogado.
Na passada semana, Alexei Navalny iniciou uma greve de fome, exigindo tratamento adequado para dores agudas nas costas e nas pernas.
Kobzev, que visitou o constituinte na quarta-feira, afirmou na rede social Twitter: “Alexei está a andar sozinho, mas sente dores a andar. É muito preocupante que a doença esteja a progredir em termos de perda de sensibilidade nas pernas, palmas das mãos e pulsos”.
Алексей Навальный продолжает голодовку. Его вес стабильно падает на 1 кг в сутки. Всё, что на данный момент делает администрация ИК - это попытки отговорить его от голодовки.
— Вадим Кобзев (@advokatkobzev) April 7, 2021
A sua temperatura oscilava entre os 37º e os 39º e, devido à greve de fome, estava a perder um quilo de peso diariamente.
No Instagram, Navalny afirmou que as autoridades prisionais estavam a tentar minar a greve de fome, ao assar frangos perto dele e a colocar doces nos bolsos das suas roupas.
“Eu sabia, é claro, que as autoridades prisionais iriam querer desacreditar a greve de fome e ridicularizá-la. Apenas a primitividade da abordagem é surpreendente”, escreveu na rede social.
E acrescentou: “Todos podem ver que eu estou a fazer uma greve de fome a 100 por cento. Sem truques como chá doce, água com sal, sumos, vitaminas. Só bebo água”.
Para a Casa Branca, os relatos sobre o estado de saúde do principal opositor de Vladimir Putin são preocupantes.
Na quarta-feira, a secretárie da imprensa Jen Psaki revelou que a Administração de Joe Biden considera a prisão de Navalny “politicamente motivada e uma grande injustiça” e pediu a sua libertação imediata.
Também a Amnistia Internacional afirmou que Navalny foi detido em condições que equivalem a tortura e que o estão a matar lentamente. Os ativistas acrescentam que o estabelecimento prisional é conhecido pelas suas condições especialmente adversas.
Os advogados, que o vistam sob custódia, afirmam que não há médicos na prisão de Pokrov.
No entanto, na passada semana as autoridades russas negaram as acusações do opositor de Putin e frisaram que Navalny estava a receber “toda a assistência médica necessária de acordo com as indicações médicas”.
Nos últimos dias, três reclusos do mesmo estabelecimento prisional de Navalny terão sido transportados para o hospital com tuberculose. Mais uma alegação que foi também negada pelos serviços prisionais.
Navalny foi detido em janeiro, quando regressou à Rússia, depois de ter estado internado num hospital alemão a ser tratado devido a um envenenamento. Foi detido por violação da liberdade condicional a que estava sujeito.