Navio com mais de 600 migrantes continua parado no Mediterrâneo

por RTP
Guglielmo Mangiapane - Reuters

O navio Aquarius, que transporta 629 migrantes vindos da Líbia, continua preso no mar Mediterrâneo, entre Itália e Malta. Os dois países recusam o desembarque nos seus portos.

O navio é operado pelas organizações Médicos Sem Fronteiras (MSF) e SOS Méditerranée. Dos 629 migrantes que estão a bordo, há 123 menores não acompanhados, outras 11 crianças e ainda sete mulheres grávidas.

As operações de socorro tiveram lugar em águas internacionais na costa da Líbia e foram coordenadas pela Itália, país que é a principal porta de entrada para os migrantes que atravessam o Mediterrâneo entre Norte da África e a Europa.

O novo ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, já tinha decidido acabar com a entrada de migrantes no país. “Estou a trabalhar para recuperar sete anos de atrasos. O nosso objetivo é reduzir os desembarques e aumentar as expulsões”, disse. No Facebook afirmou ainda que “salvar vidas é um dever”, mas a Itália passará a dizer “não ao tráfico de seres humanos e não ao negócio da imigração clandestina”.

Matteo Salvini

Nel Mediterraneo ci sono navi con bandiera di Olanda, Spagna, Gibilterra e Gran Bretagna, ci sono Ong tedesche e spagnole, c'è Malta che non accoglie nessuno, c'è la Francia che respinge alla...


O líder do partido de extrema-direita pediu a Malta que aceitasse o Aquarius. Uma decisão polémica, sobre a qual, em Itália, nem todos estão de acordo. "Salvini está a violar a lei internacional", disse Leoluca Orlando, presidente da câmara de Palermo.


O governo maltense rejeitou o pedido italiano. Alega que o país "não é nem competente nem a autoridade de coordenação neste caso". Malta afirmou ainda que a instituição de caridade SOS Méditerranée recolheu os migrantes em águas líbias, o que significa que estão sob jurisdição da Itália. 

Perante o impasse, a MSF informou, pelo Twitter, que as mais de 600 pessoas resgatadas a bordo do navio desconhecem o que está a acontecer. A Organização Não Governamental está preocupada com a situação, temendo que a política esteja a ser posicionada acima da vida das pessoas.


Embora a situação esteja calma, garante uma jornalista que segue a bordo do navio Aquarius, as pessoas começam a perguntar a razão pela qual estão parados.



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