Netanyahu afasta acusações para garantir estabilidade do seu Executivo

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Amir Cohen, Reuters

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu esta quarta-feira que a coligação governamental permanece firme apesar das indicações da polícia para que seja indiciado por suborno. Netanyahu rejeita desta forma qualquer cenário de eleições antecipadas em Israel.

“Quero tranquilizar-vos, a coligação é estável. Ninguém, nem eu, nem qualquer outra pessoa, tem planos para ir a eleições. Vamos continuar a trabalhar para o bem dos israelitas até final do mandato”, declarou o primeiro-ministro durante um discurso transmitido pela televisão.

A decisão de indiciar Benjamin Netanyahu está agora nas mãos do procurador-geral de Israel, mas poderá levar semanas ou meses a ser decidida.

Para o procurador-geral seguiu a indicação para que Netanyahu seja acusado de dois crimes de corrupção, fraude e abuso de confiança.

São dois os casos que mereceram a investigação da polícia. Num primeiro, o primeiro-ministro e a sua mulher são suspeitos de aceitar subornos de milionários e homens de negócios. Benjamin e Sara Netanyahu teriam sido comprados com prendas, charutos e joalharia, na ordem das centenas de milhares de shekels.

O segundo caso aponta a alegados negócios entre Netanyahu e o dono do diário israelita Yedioth Ahronoth, que estaria instruído para publicar histórias favoráveis ao Governo. Em troca, o gabinete de Netanyahu empenhava-se em dificultar a vida ao Israel Hayom, um jornal concorrente do Yedioth.

Benjamin Netanyahu fala em “difamação”. O chefe do Governo diz que esta, como anteriores investigações em que surgiu como suspeito (15), foram lançadas com o único propósito de o retirar do poder: “Atacaram a minha mulher e os meus filhos de forma brutal para me conseguirem afetar”.

Netanyahu defende que não há qualquer base para a acusação, garantindo que as investigações – que não deveriam acontecer num Estado democrático – “não vão dar em nada”.
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