Nicolau Santos aponta mistificações quanto a medidas sociais da Grécia

por Sandra Henriques

Foto: Marko Djurica/Reuters

O comentador da Antena 1 de assuntos económicos relativiza as previsões catastrofistas quanto às medidas do Governo grego.

Nicolau Santos sublinha que o travão do Executivo da Grécia às privatizações de empresas que considera estratégicas está relacionado com o posicionamento da equipa liderada por Alexis Tsipras.

Por exemplo, não seria preciso travar a privatização no setor elétrico para fornecer eletricidade mais barata a pessoas carenciadas, porque bastaria subsidiar estes casos.

Quanto ao salário mínimo, o comentador destaca um estudo que mostra que se tivesse existido um aumento do montante em Portugal em 2012 os encargos para as empresas teriam sido diminutos.

Neste sentido, Nicolau Santos refere que há “um conjunto de mistificações do impacto das medidas que não corresponde aos factos”.

Ouvido pelo jornalista da Antena 1 Nuno Rodrigues, o diretor-adjunto do semanário Expresso adverte ainda que a Grécia está na mira dos analistas, e todas as medidas que vão contra a lógica neoliberal das agências e dos mercados levarão a fortes penalizações.

Ainda assim, há outro fator a ter em conta nesta equação: “A Grécia está a levar o jogo para as negociações da dívida e para a ameaça de sair do euro, e a Europa tem medo que essa situação se concretize pelo impacto que tem para os outros países”.

O Governo grego pretende que os portos, aeroportos e empresas de eletricidade se mantenham na esfera do Estado. O primeiro processo a ser suspenso é o referente às companhias elétricas.

Na calha estão ainda diversas medidas de cariz social que se opõem ao caminho delineado pela ‘troika’. Aumentar o salário mínimo, travar as requalificações na função pública e cancelar uma série de privatizações são outras das promessas do Executivo grego para os próximos dias.

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