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Nomeados para os Óscares dizem “não” a Israel

por RTP
Mike Blake, Reuters

Nenhum dos nomeados do ano passado para os Óscares de Hollywood fez uso da oferta de uma viagem a Israel que estava no saco de prendas a que tinham direito. Os grupos pró-palestinianos acusavam Israel de tentar limpar a sua imagem com a visita dos actores.

Num momento em que Telavive trava uma luta feroz contra os activistas da campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) – movimento global que procura o fim da ocupação israelita da Palestina – actores, realizadores, argumentistas e restantes elementos da indústria cinematográfica nomeados para os Óscares de 2016 deram um sinal claro de não querer ser associados à imagem de Israel ao rejeitar a oferta de uma viagem de luxo ao país.

A nomeação para os Óscares é por si só um tributo notável na indústria do cinema, ao reconhecer o trabalho desenvolvido no meio durante o ano anterior à atribuição do prémio. Além disso existem depois as mordomias reservadas às estrelas do firmamento de Hollywood: os sacos com as ofertas das marcas mais luxuosas, vouchers para restaurantes, hotéis, viagens.

O pacote do ano passado incluía precisamente uma viagem a Israel no valor de 55 mil dólares. Mas ninguém se predispôs a gozar esses 10 dias de luxo em Telavive. Apesar de a indústria cinematográfica ser dominada pelo dinheiro dos judeus, o gesto dos nomeados de 2016 marca uma posição demasiado consistente para que possa ser desvalorizada em Israel.

A oferta já tinha sido classificada pelos activistas BDS como “propaganda sionista”, uma tentativa de usar as estrelas de Hollywood para afastar as atenções da ocupação israelita da Palestina.

Como lembra o Jerusalem Post, os activistas pró-Palestina foram para o Twitter com a ashtag #skipthetrip, uma campanha para convencer as celebridades a não usar os vouchers; foram ainda colocados anúncios no Los Angeles Times, uma campanha cujos resultados mereceram já o elogio de várias organizações que trabalham pelos direitos dos palestinianos.

“Foi um sucesso. Estou muito satisfeito pelos sinais de que ninguém foi. Penso que ficou claro que falhou o objectivo de usar os actores para limpar a imagem de Israel”, declarou Yousef Munayyer, responsável da Campaign for Palestinian Rights, que impulsionou este movimento anti-vouchers com a Jewish Voice for Peace.
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