Notre-Dame. Cigarro poderá ter estado na origem do incêndio

por RTP
Christophe Petit Tesson - EPA

Segundo investigadores, o incêndio na Catedral de Notre-Dame pode ter começado um dia antes de os serviços de emergência serem alertados e por causa um cigarro mal apagado.

Mais de uma semana após o incêndio que destruiu parte da Catedral de Notre-Dame em Paris, as autoridades continuam a investigar o que poderá ter estado na origem do fogo. E, segundo novas informações, uma falha da empresa responsável pelas obras pode ser uma causa provável.

Os especialistas apontam como cenário provável um cigarro descartado que pode ter desencadeado a carbonização da madeira da estrutura. Além disso, segundo especulações, o edifício não teria energia suficiente para ativar os alarmes de incêndio. Segundo os investigadores o incêndio pode ter começado muito antes de alguém se aperceber e de os alarmes terem soado, apenas quando a combustão se intensificou.

Depois de o jornal satírico Le Canard Enchainé ter avançado que tinham sido encontradas pontas de cigarro, a empresa Le Bras Frères vem lamentar o sucedido, confirmando à AFP que, apesar de ser estritamente proibido fumar, "de facto, alguns funcionários violaram a proibição de vez em quando, e lamentamos”.

De acordo com as declarações do porta-voz da empresa, Marc Eskenazi, alguns trabalhadores admitiram às autoridades que fumavam de vez em quando, visto que era "um pouco complicado descer, porque leva tempo". No entanto, Eskenazi defendeu que “um cigarro não poderia ser a causa do incêndio em Notre-Dame”.

Reagindo à publicação e considerando “fora de questão” que a negligência dos funcionários da empresa tivesse originado o incêndio, o porta-voz argumentou ainda que “qualquer um que já tenha tentado acender um fogo em casa sabe que não é colocando um cigarro num tronco de carvalho que alguma coisa acontece".

Inicialmente as suspeitas estavam viradas para um curto-circuito nos elevadores temporários instalados nos andaimes. Marc Eskenazi diz, no entanto, que estes nunca foram o problema, uma vez que “estão longe da torre e foi estabelecido que o fogo começou dentro do edifício".

Cigarros não eram as únicas falhas de segurança
A violação da proibição de fumar não foi a única falha de segurança apontada pelas autoridades.

Segundo o jornal Marianne, foram instalados temporariamente seis sinos elétricos na torre da catedral, cujos cabos elétricos estariam nos beirais do sótão e poderiam ter gerado um curto-circuito.

Os investigadores consideram que, devido a uma série de erros humanos, o incêndio foi detetado tardiamente e, por isso, os bombeiros foram alertados tarde demais.

A catedral foi devastada por um terrível incêndio a 15 de abril à noite e as causas ainda não foram apuradas. As autoridades francesas receiam que as partes restantes do telhado e os famosos tetos abobadados possam sofrer mais danos, em consequência da chuva esperada para os próximos dias em Paris.
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