Novo ataque no centro de Moçambique provoca um ferido

por Lusa

Um novo ataque a viaturas na província de Sofala, na estrada nacional número 1, a principal de Moçambique, deixou uma pessoa ferida, disseram hoje testemunhas à Lusa.

O incidente foi registado por volta das 07:00 (menos duas horas em Lisboa) de quinta-feira no distrito de Chibabava, em Sofala, e a vítima ferida foi um cobrador de um autocarro de passageiros, disse à Lusa um motorista que passou pelo local do ataque e presenciou a assistência prestada à vítima após ser baleada.

O cobrador do autocarro foi atingindo no pé por um dos vários tiros disparados contra a viatura, que estava no meio de várias outras sob proteção de uma escolta policial, disse a fonte.

As balas atingiram também os pneus do autocarro, que pouco tempo depois foi obrigado a parar para reparos mecânicos, mas sempre sob proteção policial.

O ferido foi levado para o Hospital Rural de Muxungue.

"A bala perfurou o membro inferior direito e ele continua em observação, mas está fora de perigo de vida", disse à Lusa fonte do hospital.

As autoridades moçambicanas acusam guerrilheiros do principal partido de oposição (Renamo) pelos ataques, que desde agosto provocaram pelo menos 21 mortos e incidem sobre a Estrada Nacional 1 (EN1), que liga o Norte ao Sul, e a Estrada Nacional 6 (EN6), que liga o porto da cidade da Beira ao Zimbabué e restantes países do interior da África austral.

O novo ataque ocorreu num dos troços em que as autoridades reforçaram as medidas de segurança, que incluem patrulhas e escoltas policiais, um cenário que remonta ao pico, entre 2014 e 2016, das confrontações militares na crise política entre o Governo moçambicano e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).

O grupo de guerrilheiros acusado de estar a protagonizar os ataques é liderado por Mariano Nhongo, general da Renamo que exige a demissão do atual presidente do partido, Ossufo Momade, e melhores condições de reintegração.

Oficialmente, a Renamo recusa a autoria dos ataques, considerando que continua a cumprir com as cláusulas do Acordo de Paz e Reconciliação, classificando Nhongo como desertor.

Tópicos
pub