Novo referendo de independência na Escócia no "tempo certo" promete Nicola Sturgeon

por RTP
Nicola Sturgeon, primeira-ministra da Escócia, após ser declarada vencedora do seu círculo eleitoral de Glasgow Sothside em 7 de maio de 2021 Reuters

Os resultados finais só deverão conhecidos ao fim da noite de sábado, mas a vitória do partido nacionalista escocês, SNP, nas eleições desta quinta-feira, parece garantida, com alguma dúvida se irá ou não ter maioria.

A verificar-se a expectativa generalizada, o SNP terá obtido um quarto mandato consecutivo para governar.

Após ver confirmada a sua reeleição com 60 por cento dos votos no seu círculo eleitoral de Glasgow Southside, a primeira-ministra escocesa garantiu que a independência irá continuar uma prioridade, logo a seguir à pandemia.

“Prometo hoje regressar de imediato ao trabalho para continuar a guiar o país através da crise do Covid e continuar a liderar o país na recuperação do Covid e, quando for o tempo certo, oferecer a este país a escolha por um futuro melhor”, prometeu Nicola Sturgeon no seu discurso de aceitação do lugar parlamentar.

A líder nacionalista preferiu a prudência, apesar da satisfação visível.

“Ao olhar para a Escócia como um todo, ainda estamos nos primórdios de uma maratona de contagem e não saberemos resultados certos até amanhã à noite. Nesta altura, estou feliz que o SNP pareça estar a caminho da quarta vitória eleitoral consecutiva e tenha o privilégio de formar Governo novamente” referiu.

No seu círculo eleitoral, Sturgeon obteve 19.735 votos, uma subida face aos 15.287 de 2016, mas a grande afluência às urnas diminuiu ligeiramente a sua vantagem em 1.2 pontos percentuais face ao segundo candidato mais votado e novo líder do Partido Trabalhista escocês, Anas Sarwar.
Bandidos e racistas
Este conseguiu duplicar os votos, de 5.694 há cinco anos, para 10.279 esta quinta-feira, com um salto de 22.9 por cento para 31.3 por cento nas preferências dos eleitores. “Há nova energia em torno dos trabalhistas”, reagiu Sarwar.Os conservadores viram a sua percentagem cair abruptamente, de 12.4 para 5.5 por cento, enquanto a percentagem dos Liberais Democratas Escoceses diminuíu de 3.3 para 1,5 por cento.

Para Sturgeon a sua vitória tem um sabor ainda mais doce face à escassa meia centena de votos dados a Jayda Fransen, a ex-líder do partido Britain First, formado por dissidentes do Partido Nacionalista Britânico.

“É o privilégio da minha vida representar o eleitorado mais multicultural e diverso em toda a Escócia e não pela primeira vez fui alvo de bandidos da extrema-direita”, referiu a primeira-ministra, depois de agradecer o apoio durante uma campanha que classificou como muito dura.

Fransen marcou a jornada eleitoral quando confrontou quinta-feira Nicola Sturgeon à porta de uma assembleia de voto. Chamou a Sturgeon uma "vergonha completa" ao que esta replicou que Fransen era uma "fascista" e "racista" que seria "rejeitada" pelos eleitores.

A bandida que liderou aquele confronto teve 46 votos e tenho orgulho que uma vez mais Glasgow Southside tenha mostrado aos racistas e fascistas que não são bem-vindos em Glasgow e não são bem-vindos em parte alguma da Escócia e que esta seja a nota da unidade”, aplaudiu Nicola Sturgeon.

A vitória dos nacionalistas escoceses é uma pedra no sapato dos festejos dos conservadores britânicos, os quais confirmaram o seu domínio do antigo coração industrial do norte de Inglaterra, ao conquistar um bastião trabalhista, a cidade costeira de Hartlepool.
pub