Nyusi condiciona nomeações para Forças Armadas a "passos subsequentes" da Renamo

por Lusa

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, condicionou hoje a nomeação de oficiais do braço armado da Renamo para cargos de chefia nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) a "passos subsequentes" que devem ser dados pelo principal partido da oposição.

O líder interino da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, acusou na terça-feira o Governo de violar o Memorando de Entendimento sobre o processo de paz por ter nomeado interinamente três oficiais do braço armado do partido contra 14 previstos no referido acordo.

Falando hoje no parlamento sobre o estado da Nação, o chefe de Estado moçambicano disse que a designação de quadros militares da Renamo para posições de direção nas FDS será completada quando o partido der passos previstos no acordo, mas não especificou que tipo de iniciativas deve ser seguido.

"O processo deverá ser completado logo que a Renamo concretizar os passos subsequentes, que são da sua responsabilidade, conforme o memorando tornado público para o acompanhamento de todos os moçambicanos", afirmou Filipe Nyusi, no seu discurso sobre o estado da Nação.

Falando de improviso, o chefe de Estado moçambicano desdramatizou a contestação da Renamo em relação ao caráter interino das nomeações até agora feitas, assinalando que os militares designados estão a exercer as novas funções normalmente.

"Os militares estão lá e sabem que quando se dá uma missão, cumprem", defendeu.

O Memorando de Entendimento assinado entre o chefe de Estado e o líder interino do principal partido da oposição prevê que o braço armado seja desmobilizado e os seus membros integrados na vida civil, além da nomeação de 14 oficiais do principal partido da oposição para cargos de chefia nas FDS.

O Memorando de Entendimento faz parte do processo de paz em curso, visando acabar com ciclos de violência militar opondo as FDS e o braço armado da oposição.

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