Óbito de Abdelaziz Bouteflika. Macron destaca "parceiro exigente da França"

por Lusa

O Presidente da França, Emmanuel Mácron, considerou hoje o ex-presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, que morreu na sexta-feira, uma "figura importante" da Argélia contemporânea e "um parceiro exigente da França", durante os 20 anos no poder.

O Chefe de Estado francês apresentou, num comunicado de imprensa publicado pelo Palácio do Eliseu, "as suas condolências ao povo argelino" e declarou estar "empenhado em desenvolver relações estreitas de estima e amizade entre o povo francês e o povo argelino".

O antigo Presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, que lutou pela independência da Argélia e foi exonerado em 2019 após protestos pró-democracia, ao fim de 20 anos no poder, morreu aos 84 anos, anunciou a televisão estatal na sexta-feira.

A emissora ENTV, citando na sexta-feira uma declaração do gabinete do atual Presidente, Abdelmadjid Tebboune, não adiantou as causas da morte ou outros detalhes.

Abdelaziz Bouteflika sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2013, que o fragilizou de forma grave.

As preocupações com o seu estado de saúde, mantidas em segredo na Argélia, ajudaram a alimentar a frustração da população com o seu executivo, tendo dado azo a manifestações públicas há dois anos, que levaram ao seu afastamento.

Em 02 de abril, Bouteflika notificou oficialmente o presidente do Conselho constitucional da decisão de se demitir.

No início da sua vida, Abdelaziz Bouteflika lutou pela independência da França, negociou com sucesso com o terrorista venezuelano Carlos, o Chacal, para a libertação de onze ministros de Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e ajudou a reconciliar os argelinos, depois de uma década de guerra civil entre militantes muçulmanos radicais e as forças de segurança.

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