OIM apoia deslocados em Moçambique com 1,2 milhões de dólares anuncia António Vitorino

por Lusa

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) contribuiu com 1,2 milhões de dólares (993 mil euros) para apoiar os deslocados internos que fogem dos ataques em Cabo Delgado, norte de Moçambique, anunciou hoje o diretor-geral, António Vitorino.

Numa mensagem na rede social Twitter, António Vitorino referiu que a verba do Mecanismo de Financiamento de Emergência da OIM destina-se a "apoiar milhares de pessoas que estão a fugir da violência em Cabo Delgado".

"Mais apoio é necessário para garantir soluções duradouras para centenas de famílias deslocadas internamente", acrescentou o ex-ministro português.

Em comunicado, a OIM divulgou ainda que quase 4.000 pessoas fugiram de Palma, no norte de Moçambique, na última semana, elevando o número total de deslocados para quase 25.000.

"Centenas de pessoas com necessidades humanitárias urgentes chegam diariamente a pé, de autocarro e barco devido à instabilidade em Palma", disse a chefe da missão da OIM em Moçambique, Laura Tomm-Bonde.

"Continuamos a prestar assistência para salvar vidas, mas precisamos de mais apoio para ajudar a fomentar soluções duradouras para milhares de famílias deslocadas internamente para que possam começar a construir um novo futuro para si e para as suas famílias", reiterou a responsável.

Segundo a OIM, mais de metade dos deslocados encontram-se nos distritos de Mueda (6.970) e Nangade (6.733), na fronteira norte com a Tanzânia. Outros deslocaram-se mais para sul na província de Cabo Delgado e 5.000 pessoas chegaram à cidade de Pemba, e outras 3.795 ao distrito de Montepuez.

A organização continua a prestar assistência psicossocial e de proteção a centenas de pessoas deslocadas de Palma, incluindo primeiros socorros psicossociais, aconselhamento de grupo, e assistência individual.

A OIM prestou assistência direta a mais de 40.000 pessoas afetadas pela insegurança em Cabo Delgado desde o início do ano.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque ocorreu em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

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