OMS mantém avaliação de risco do coronavírus apesar de declarar pandemia

por Lusa

A declaração de pandemia não muda a maneira como a Organização Mundial de Saúde (OMS) avalia a ameaça colocada pelo novo coronavírus nem como está a lidar com a situação, afirmou hoje o diretor-geral da agência da ONU.

"Descrever a situação como uma pandemia não muda a avaliação da OMS sobre a ameaça colocada por este coronavírus. Não muda o que a OMS está a fazer nem o que os países devem fazer", afirmou Tedros Ghebreyesus em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra (Suíça).

Tedros Ghebreyesus declarou que "`pandemia` não é uma palavra para usar casual ou levianamente. É uma palavra que, se mal utilizada, pode provocar medo sem razão ou levar a aceitar sem justificação que o combate acabou, levando a sofrimento e mortes desnecessárias".

No dia 31 de janeiro, a organização tinha declarado o novo coronavírus como uma emergência de saúde pública internacional, mas evitou usar o termo pandemia, definido genericamente como um agente que se propaga rapidamente pessoa a pessoa, atravessando fronteiras

Segundo o diretor para as emergências de saúde da organização, Mike Ryan, considerar o coronavírus como uma pandemia foi uma decisão tomada após muitas horas de reunião com peritos da OMS e de outras organizações.

Adotar o termo deve "levar a ações mais agressivas e intensas para combater o contágio", defendeu.

A última vez que a OMS declarou uma pandemia foi em 2009, no caso da Gripe A, tratando-se da primeira vez que se considera uma epidemia provocada por um coronavírus como uma pandemia.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em 28 países e territórios.

O número de infetados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.

A região Norte continua a registar o maior número de casos confirmados (36), seguida da Grande Lisboa (17) e das regiões Centro e do Algarve (três cada).

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 471 casos suspeitos.

As medidas já adotadas em Portugal para conter a epidemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.

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