Onda de calor mortal no Japão

por RTP
Beber água, evitar sair à rua e usar ar condicionado, são algumas das recomendações. Issei Kato - Reuters

Desde o dia 9 de julho, já morreram pelo menos 44 pessoas devido às ondas de calor. A temperatura mais elevada foi registada na segunda-feira passada e chegou aos 41,4ºC.

As autoridades alertaram para as elevadas temperaturas – acima dos 35ºC – para a maioria das ilhas de Honshu, Shikoku e Kyushu.

Segundo a CNN, a agência de meteorologia do Japão comunicou que o mercúrio atingiu 41,1 graus na província de Saitama, a nordeste de Tóquio. A temperatura média da superfície terrestre nos últimos três meses foi a sexta mais alta dos registos globais, que começaram em 1880.

“O risco para as pessoas terem doenças causadas pelo calor é maior do que o habitual”, disse a agência em comunicado. Beber muita água, evitar sair à rua e usar ar condicionado, são algumas recomendações dadas aos cidadãos.

Segundo a CNN, Joel N. Myers, investigador da AccuWeather disse em comunicado que "os idosos e pessoas com asma e insuficiência cardíaca, provavelmente vão estar mais debilitados, devido às condições do clima.”
Milhares de pessoas no Japão foram levadas para hospitais com sintomas de insolação.
Uma pesquisa feita no ano passado pelo governo japonês revela que 42% das escolas públicas tinha ar condicionado, e que a maioria dos apartamentos não tinha.

A escassez de eletricidade em 2011, devido ao acidente nuclear de Fukushima levou a que fossem feitos vários pedidos para limitar ou reduzir o uso do ar condicionado.

“Costumava ser dito que ter o ar condicionado ligado durante toda a noite fazia mal à saúde, mas mesmo assim as pessoas deixavam”, disse um trabalhador industrial à CNN.
A onda de calor que se faz sentir no Japão ocorreu depois das piores inundações dos últimos anos.
De acordo com um relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, o mês passado foi o quinto junho mais quente já registado. A Ásia tem sido bastante afetada. Pelo menos 21 pessoas morreram e mais de 190 mil foram transferidas depois da tempestade tropical.

“Preocupo-me muito com o meu filho. Antes os pais incentivavam os filhos a brincarem na rua para não ficarem fechados em casa, agora dizem para não brincarem lá fora”, disse Atsuhikio Takahasi, técnico de iSegundo a ABC, cerca de 4.500 pessoas estão a viver em abrigos de emergência. nformação.

Dez pessoas morreram na Coreia do Sul por insolação – sobreaquecimento do corpo. Muitas das vítimas eram idosas e não tinham ar condicionado em casa, informou o Japan Times.

“O clima atual no Japão é como estar numa sauna”, disse Yuriko Koike, governadora de Tóquio, numa conferência de imprensa, em que chamou a atenção para o impacto da meteorologia nos Jogos Olímpicos de 2020.
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