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ONG critica punições fora da lei aplicadas pela polícia da Guiné-Bissau

por Lusa

O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, disse hoje à Lusa que a sua organização é "totalmente contra" a medida da polícia em transportar para lugares distantes pessoas apanhadas sem máscara na via pública.

Com o aumento de casos de infeção pela covid-19, a polícia guineense intensificou o controlo da exigência do uso de máscara e quem for apanhado é transportado para fora da sua zona de residência para de lá regressar a pé.

As pessoas estão a ser levadas de Bissau para Quinhamel, Prabis ou Safim, localidades entre 20 e 40 quilómetros da capital guineense.

"É uma tática totalmente inaceitável, a Liga é totalmente contra", defendeu Bubacar Turé.

O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos disse que até compreende que a polícia deve ser "atuante e pedagógica" perante o estado de calamidade de saúde pública decretado pelo Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, para travar o avanço da covid-19, mas "não pode aceitar práticas degradantes".

"A Polícia deve adotar outras normas objetivas sancionatórias de lidar com pessoas que estejam a andar sem máscara na via pública", defendeu, salientando que o transporte de pessoas para fora da sua zona de residência "não está previsto em nenhuma lei" do país.

Bubacar Turé apelou à polícia para reforçar a sensibilização das pessoas, através de "um policiamento democrático e pedagógico, em vez do uso da força".

O dirigente da Liga dos Direitos Humanos exortou, por outro lado, os guineenses a "levarem a sério" a covid-19, por ser, disse, uma doença que afeta o mundo e que está a matar pessoas.

"Nós temos já de si um sistema de saúde frágil, a melhor maneira de prevenir a doença é cumprir com as orientações das autoridades: O uso de máscara, a lavagem das mãos e o distanciamento social", notou Bubacar Turé.

O Alto-Comissariado para a Covid-19 na Guiné-Bissau tem multiplicado os apelos para a obrigatoriedade do uso de máscara e para o cumprimento das restantes medidas de proteção, incluindo o respeito pelo distanciamento e a lavagem constante das mãos.

Desde que foram detetados os primeiros casos de covid-19 no país, em 25 de março de 2020, a Guiné-Bissau registou um total acumulado de 3.282 casos e 48 vítimas mortais.

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