A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch exortou as fações envolvidas no conflito de Nagorno-Karabakh a "respeitar a proibição absoluta" de colocar em risco ou "perpetrar ataques que prejudiquem indiscriminadamente" a população civil.
A Human Rights Watch acrescentou que "todas a partes" envolvidas "devem respeitar a proibição absoluta" de envolver os civis no conflito, ou de "perpetrar ataque que indiscriminadamente prejudiquem civis".
A ONG dá também conta de que "há numerosos relatos de baixas militares e civis", no entanto, a organização diz que não há maneira de confirmar estas informações.
"O Azerbaijão relatou dez mortes civis e 30 civis feridos, mas não libertou quaisquer informações sobres baixas militares", explicita a Human Rights Watch.
Oficiais de Nagorno-Karabakh relataram que "pelo menos 80 militares e cinco civis morreram, e cerca de 30 civis" ficaram feridos.
Contornos do conflito
No centro das deterioradas relações entre Erevan e Baku encontra-se a região do Nagorno-Karabakh.
Integrada em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, a região proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.
Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite uma mediação russo-norte-americana-francesa designada Grupo de Minsk. No entanto, as escaramuças armadas permaneceram frequentes.
Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos.
Os combates recentes mais significativos remontam a abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.
O regresso do conflito armado a esta região separatista arménia do Nagorno-Karabakh está a suscitar receios sobre uma guerra em larga escala entre a Arménia e o Azerbaijão no Cáucaso do sul, onde Ancara e Moscovo disputam zonas de influência.