Uma organização não-governamental (ONG) timorense manifestou-se preocupada com as possíveis implicações da politização das instituições de segurança do país, especialmente no quadro das eleições presidenciais de 19 de março.
A FM refere-se em particular à anunciada candidatura do atual comandante das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), Lere Anan Timur, que se demitiu do cargo para concorrer.
"Preocupa-nos, portanto, que, na situação volátil de Timor-Leste, as ações políticas de oficiais militares superiores que violem regras possam contribuir para o aumento das tensões sociais e políticas e para minar a estabilidade nacional", referiu a ONG em comunicado.
Ainda que apoie o direito de todos os cidadãos, incluindo ex-militares, se envolverem em atividades políticas, a FM manifesta preocupação "com as implicações da politização das instituições de segurança".
A organização recordou que a constituição restringe a participação de militares em partidos políticos ou em fazer declarações de natureza política, procurando assim "evitar influências políticas e intervenções no setor da defesa" para garantir a independência militar.
Ainda que agora assuma uma corrida eminentemente mais política, Lere nunca deixou de ser uma voz política, mesmo nas funções atuais, o que no passado suscitou várias críticas de vários quadrantes.
Críticas que Lere rejeitou na entrevista do início de janeiro à Lusa em que confirmou a sua candidatura a Presidente da República.