Open House reinventa-se contra a pandemia e oferece passeios sonoros no exterior

por Lusa

A edição deste ano do Open House Lisboa foi forçada a reinventar-se, devido à pandemia, e vai oferecer oito percursos sonoros criados por outros tantos autores de várias áreas, a 26 e 27 de setembro, foi hoje anunciado.

Durante uma apresentação por vídeo-conferência, a organização do evento, que realiza este ano a sua 9.ª edição, dedicada à arquitetura e espaços públicos da capital, foi sublinhada a opção de dar seguimento ao projeto, contornando a impossibilidade de visitar edifícios para evitar o contágio pelo vírus covid-19.

Nesta edição, o público do Open House Lisboa vai poder redescobrir "a arte de dar um passeio" através da Lisboa imaginada, vivida e narrada por oito convidados: Leonor Teles (cineasta), Paula Moura Pinheiro (jornalista e apresentadora), Lígia Soares (coreógrafa e dramaturga), Gonçalo Byrne (arquiteto), Rui Tavares (historiador), Gonçalo M. Tavares (escritor), Tomás Wallenstein (músico) e Inês Meneses (comunicadora).

Estes oito convidados vão acompanhar os visitantes com passeios sonoros em formato de áudio-guia, por várias zonas da capital, desde Campo de Ourique à Baixa e ao Chiado, ao Campo Grande ou às Avenidas Novas.

O presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, José Mateus, uma das entidades responsáveis pela produção do evento cultural, ressalvou, na videoconferência, que, devido à pandemia da covid-19, o programa foi "reformulado profundamente para encontrar uma nova versão", mas sublinhou que esta situação "acabou por ser uma oportunidade para questionar e avaliar o formato" do Open House.

"Uma cidade contém muitas cidades", comentou, acrescentando que os oito convidados - que representam simbolicamente as oito edições já realizadas - "vivem-na de forma diferente, devido à sua formação, experiências e sensibilidade".

A presidente da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), Joana Ramos Cardoso, a outra entidade parceira responsável pela produção, declarou, por seu turno, na videoconferência: "Nem a pandemia travou a Open House Lisboa e a sua criatividade".

"Era mais fácil, neste contexto, desistir, e esta era uma atividade realmente difícil de adaptar, porque este evento é feito de visitas a edifícios. Mas não podendo fazê-las, percorrer o exterior também é poder manter o seu espírito, através de uma reformulação que dá a possibilidade de seguir a voz de um autor, ao percorrer o itinerário eleito", disse ainda.

Acrescentou que esta edição do evento, "que não é apenas para arquitetos", vai poder continuar ao longo dos próximos tempos, porque os percursos vão ficar disponíveis `online`, e convidou todos os lisboetas a participar, porque está organizado de forma "muito segura".

Os oito convidados desenharam e relatam na primeira pessoa os passeios pedestres, partindo do atlas de arquitetura `online` do evento, que reúne cerca de 300 espaços e lugares que fizeram parte dos diferentes roteiros desde 2012.

Desta forma, os utilizadores interessados nos percursos poderão ouvir os áudio-guias quando assim o entenderem, a qualquer hora.

O objetivo, segundo a organização, é reinterpretar e enriquecer o histórico do evento, adaptando-o à manutenção das recomendadas distâncias físicas exigidas pelas autoridades de saúde para conter a disseminação do vírus.

Quanto ao procedimento, será necessário descarregar os áudio-guias, e o itinerário assinalado no mapa do `site` oficial.

Para ajudar a concretizar a experiência do passeio, haverá uma equipa de voluntariado a pontuar os diferentes percursos, a ajudar e prestar esclarecimentos.

O Open House Lisboa 2020 é uma coprodução Trienal de Lisboa e EGEAC, com apoio da Fundação Serra Henriques e da Dizplay.

No mesmo fim de semana, também se realiza o Open House em três outras cidades europeias: Madrid, Bilbao e Zurique.

O Open House Lisboa teve a sua primeira edição em 2012, integrando a rede Open House Worldwide, que reúne 50 cidades em todos os continentes, e, por ano, totaliza cerca de dois milhões de visitantes.

O conceito foi criado originalmente em Londres, em 1992, pela produtora e editora britânica Victoria Thornton.

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