A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) convocou, esta segunda-feira, os venezuelanos a realizarem uma nova marcha de protesto "contra o golpe de Estado" na quarta-feira, a partir de 26 pontos da capital, Caracas.
A convocatória foi anunciada pelo deputado Miguel Pizarro que indicou que a marcha terá três possíveis destinos: a Defensoria do Povo (espécie de procuradoria de justiça), o Conselho Nacional Eleitoral e o Supremo Tribunal de Justiça.
No entanto, segundo explicou aos jornalistas, a escolha final relativamente ao destino da manifestação, que a realizar-se será a 11.ª no espaço de 25 dias, só vai ser anunciada na noite de hoje para "evitar" que o Governo "organize a repressão".
"Temos tido sucesso no exercício da resistência em todo o país. (...) Temos que defender o espaço legislativo (parlamento) e informar a comunidade internacional que o golpe de Estado continua na Venezuela", disse Miguel Pizarro, ao fazer o balanço da iniciativa realizada na segunda-feira pela oposição em pelo menos 21 dos 24 estados do país.
Desde 01 de abril que as manifestações a favor e contra o Governo se têm intensificado na Venezuela.
A oposição tem protestado para exigir a convocatória de eleições gerais no país, a libertação de presos políticos e o fim da repressão, e contra duas recentes sentenças em que o Supremo Tribunal de Justiça concede poderes especiais ao chefe de Estado, limita a imunidade parlamentar e assume as funções do parlamento.
Pelo menos três pessoas foram mortas e 12 outras ficaram gravemente feridas na segunda-feira durante manifestações na Venezuela pró e contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro, elevando para 24 o número total de vítimas em protestos desde o passado dia 01.
