Oposição na RDCongo marcha hoje em protesto contra uso de urnas eletrónicas

por Lusa
Robert Carrubba - Reuters

A oposição na República Democrática do Congo (RDCongo) agendou para hoje uma marcha de protesto contra o uso de urnas eletrónicas, que considera facilitarem a manipulação dos resultados das eleições que se realizam dentro de dois meses.

A oposição acredita que as mais de 100.000 urnas eletrónicas que servirão 40 milhões de eleitores, nas presidenciais de 23 de dezembro, poderão ser propícias a manipulação em favor do candidato "apadrinhado" por Joseph Kabila, Emmanuel Ramazani Shadary.

Além da oposição, também o Conselho de Segurança das Nações Unidas e os Estados Unidos da América mostraram algumas reservas quanto ao uso das urnas eletrónicas, tendo os EUA chegado a advertir a RDCongo.

De acordo com investigadores da área da segurança, as urnas fabricadas pela empresa sul-coreana Miru Systems são vulneráveis a fraude e os códigos utilizados podem permitir a identificação dos eleitores.

Ainda assim, nos últimos dias, a causa da oposição perdeu alguma força, com um dos principais partidos, o UDPS, a anunciar que não iria boicotar as eleições, mesmo com a utilização de urnas eletrónicas.

A RDCongo vai a votos a 23 de dezembro, para escolher o sucessor do Presidente Joseph Kabila.

Joseph Kabila não pode concorrer às eleições porque já cumpriu dois mandatos como chefe de Estado, tal como está previsto na Constituição.

Desde a sua independência da Bélgica, em 1960, a RDCongo nunca testemunhou uma transição política pacífica.

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