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Organização de Estados Americanos quer reunião urgente sobre crise no país

por Lusa

A Organização de Estados Americanos (OEA), organismo que reúne 34 países do continente americano, solicitou na segunda-feira uma "reunião urgente" do Conselho Permanente da OEA, para tratar da crise venezuelana.

O pedido foi feito pelo secretário-geral daquele organismo, Luís Almagro, através duma carta dirigida à presidente do Conselho Permanente, Rita Hernández Bolaños.

A reunião, que deverá ter lugar no prazo de duas semanas terá como tema central "a crise migratória (venezuelana), originada pela crise humanitária" no país, pode ler-se na carta de Luís Almagro.

"A situação é, por si mesma, desesperante, pela falta de acesso aos direitos sociais básicos, de parte do povo venezuelano, pelo colapso da saúde, da educação, da segurança, das capacidades públicas para fornecer água, eletricidade e atender às condições mínimas que necessita a população para viver", explicou na mesma nota.

"À sua ineficiência governamental soma-se a repressão tirânica que sofre o povo. Por isso, lamentamos prever que a situação pode piorar", acrescentou.

O secretário-geral da OEA vincou ainda que a crise venezuelana deve ser tratada de "forma multilateral e coletiva" com a consciência de que "este é o mais grave assunto do hemisfério".

O pedido de Luís Almagro vem na sequência de pelo menos 1.200 venezuelanos terem abandonado o Brasil, no fim de semana, depois dos casos de violência registados no sábado contra acampamentos onde se encontravam, na cidade Pacaraima, na fronteira.

Habitantes de Pacaraima, no estado brasileiro de Roraima, no norte, protestaram contra a presença de imigrantes venezuelanos na cidade, expulsaram-nos das tendas de campismo onde dormiam e queimaram os seus objetos pessoais.

No último ano, Pacaraima, com uma população de cerca de 12.000 pessoas, tornou-se na principal porta de entrada no Brasil para os venezuelanos que fogem da crise política, económica e social que afeta o seu país.

Na segunda-feira o Presidente do Brasil, Michel Temer enviou 120 oficiais das forças de segurança para reforçar a segurança nas regiões do norte, fronteiriças com a Venezuela.

Outros países vizinhos, como o Equador e a Colômbia, também têm enfrentado problemas devido ao elevado número de venezuelanos que chega, tendo até adotado medidas de controlo de chegadas, como a exigência de passaporte e não só de bilhete de identidade nacional.

Segundo dados da ONU pelo menos 2,3 milhões de venezuelanos abandonaram o país, devido à crise político, económica e social.

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