Pandemia condiciona exploração petrolífera em Timor-Leste

por Lusa
A exploração de petróleo em Timor-Leste está atrasada por falta de apoio logístico EPA

Restrições e problemas de fornecimento devido à pandemia da Covid-19 estão a condicionar o arranque da perfuração petrolífera no sul de Timor-Leste pela empresa Timor Resources, que continua a aguardar as autorizações ambientais, segundo uma responsável.

"Não podemos movimentar pessoas, devido às restrições sanitárias. Temos equipas de três países que simplesmente não podem viajar para Timor-Leste", disse à Lusa a presidente do conselho de administração (CEO) da empresa Suellen Osborne.

"E ao mesmo tempo estamos com dificuldades em identificar uma cadeia de fornecimentos de que possamos depender para manter eficácia operacional", explicou, em entrevista telefónica a partir da Austrália.

Suellen Osborne refere, como exemplo, a dificuldade em responder a eventuais emergências, caso a perfuração começasse, quando não há garantias, no atual cenário regional, de ter capacidade para uma resposta de equipas ou de material de forma imediata.

"Vamos perfurar em locais onde não há perfurações há 50 anos. Se perfurarmos e houver um incidente que necessite de uma resposta de emergência, atualmente as equipas dizem que não podem vir de imediato a Timor-Leste", notou.

"Nem sequer há voos regulares. E, por isso, em termos práticos, poderíamos fazer mais danos se começarmos a perfurar sem ter uma capacidade operacional plena", explicou.

Estimando que os atrasos já custaram à empresa "meio milhão de dólares", Osborne nota que a Timor Resources continua a planear iniciar a operação de perfuração em março, referindo que os custos aumentarão a partir de 1 de março, quando a equipa de perfuração começa a cobrar o seu trabalho.

Mais de 15 milhões de dólares de equipamento está já parado na zona das perfurações para que possa começar a ser usado.

A Timor Resources investiu já quase 36 milhões de dólares americanos (31,6 milhões de euros) no projeto, empregando mais de 500 pessoas nas várias fases de desenvolvimento.

O bloco A, nos municípios de Covalima e Maliana, e o bloco C, nos municípios de Manufahi e Ainaro, foram adjudicados em regime de Contratos de Partilha de Produção (PSC) à Timor Resources Pty Ltd, uma empresa australiana do Nepean Group.

A "estimativa otimista" da empresa é que os blocos A e C contenham cerca de 40 milhões de barris de petróleo.
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