Papa canoniza mártir salvadorenho Oscar Romero e papa Paulo VI

por Lusa

Cidade do Vaticano, 14 out (Lusa) -- O papa Francisco canonizou hoje o arcebispo salvadorenho assassinado em 1980 Oscar Romero e o papa italiano Paulo VI, numa cerimónia na praça de São Pedro no Vaticano.

Francisco pronunciou a tradicional fórmula em latim para proclamar a santidade diante de dezenas de milhares de fieis, entre os quais numerosos salvadorenhos.

"Declaramos santos os beatos Paulo VI, Oscar Arnulfo Romero Galdámez (...)", disse o papa, que decretou que "eles devem ser venerados como tais por toda a igreja".

Foram igualmente canonizadas as freiras Nazaria de Santa Teresa de Jesus March, espanhola, e Maria Catalina Kasper, alemã, os padres italianos Francesco Spinelli e Vincenzo Romano e o laico italiano Nunzio Sulprizio.

Descrito como um homem simples e próximo do povo, Oscar Romero, nascido em 1917, foi defensor dos camponeses sem terra, provocando a cólera dos setores mais conservadores de El Salvador.

Apelidado `a voz dos sem voz`, era, mesmo não sendo teólogo, adepto da teologia da libertação, uma corrente nascida na América Latina. Foi assassinado durante uma missa por um comando da extrema-direita a 24 de março de 1980, no início de uma guerra civil (1980-1992) que fez cerca de 75 mil mortos e sete mil desaparecidos.

Paulo VI, nascido Giovanni Battista Montini em 1897, foi papa entre 1963 e 1978 e concluiu o Concílio Vaticano II, iniciado pelo seu predecessor João XXIII, considerado uma importante adaptação da igreja católica ao mundo moderno.

Foi beatificado em outubro de 2014 e é lembrado como o papa que disse "não" à pílula contracetiva em 1968, suscitando reações muito negativas, até no seio da igreja.

O papa cita frequentemente os escritos de Paulo VI e os dois têm em comum uma vontade de reformar a cúria romana.

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