Papéis do Panamá derrubam primeiro-ministro paquistanês

por RTP
Executivo paquistanês é forçado a escolher um substituto para Nawaz Sharif até às próximas eleições Caren Firouz - Reuters

O Supremo Tribunal do Paquistão decidiu esta sexta-feira “inabilitar” o primeiro-ministro Nawaz Sharif, considerando que está envolvido com empresas sediadas em paraísos fiscais, um caso denunciado na investigação Panama Papers. Na sequência do veredicto, Sharif já renunciou ao cargo.

Os cinco juízes do Supremo Tribunal do Paquistão decidiram de forma unânime que Nawaz Sharif deve ser inabilitado e ordenaram que o processo fosse enviado para o organismo judicial responsável pela luta contra a corrupção.

“Deixou de ter condições para ser considerado um membro honesto do Parlamento e deixa de ocupar o cargo de Primeiro-ministro”, anunciou o juiz do Supremo Tribunal, Ejaz Afzal, citado pela agência Reuters.

Entretanto, na sequência deste veredicto, Nawaz Sharif “renunciou às suas responsabilidades como primeiro-ministro", disse um porta-voz do gabinete do governante num comunicado citado pela BBC.
Sharif e família negam tudo
A sentença foi conhecida esta sexta-feira, mas o caso arrastava-se desde a altura em que o nome do primeiro-ministro surgiu nos documentos revelados pelo consórcio internacional de jornalistas no caso Panama Papers e que indicava que Nawaz Sharif e os seus familiares detinham empresas em paraísos fiscais.

Apesar de a família negar qualquer irregularidade, atribuindo as acusações a motivações políticas, a justiça acabou por abrir uma investigação no final do ano passado, depois de o líder da oposição, Imran Khan, ter ameaçado levar para as ruas os protestos.

Esta decisão histórica vai agora obrigar a escolher um substituto do primeiro-ministro, até que se realizem novas eleições, o que só deve acontecer em meados de 2018.
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