Paquistão. Explosão em mesquita faz pelo menos 61 mortos e 150 feridos

por Joana Raposo Santos - RTP
Cerca de 260 pessoas estavam dentro da mesquita no momento da explosão. Fayaz Aziz - Reuters

Pelo menos 61 pessoas morreram e 150 ficaram feridas, esta segunda-feira, numa explosão numa mesquita dentro da sede da polícia em Peshawar, no noroeste do Paquistão. Muitas das vítimas mortais são agentes da polícia que estavam reunidos para as orações diárias. O Governo paquistanês fala num ataque suicida contra os que defendem o país.

A mesquita, onde estavam cerca de 260 pessoas no momento da explosão, encontra-se perto de uma área residencial de agentes da polícia.

"Aconteceu durante as orações. Um prédio de dois andares desabou", disse uma testemunha ao canal de notícias local Geo TV.

"Até agora, recuperámos 61 corpos e 60 dos feridos estão a receber tratamento médico. Dezenas de outros feridos foram levados para outros hospitais da cidade", disse à AFP o porta-voz do Hospital Lady Reading, Muhammad Asim Khan.

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, veio já garantir que a explosão na mesquita em Peshawar foi resultado de um ataque suicida.

"Os terroristas querem criar o pânico ao atacarem aqueles que estão a cumprir o seu dever de defender o Paquistão", considerou Sharif em comunicado. "Aqueles que lutam contra o Paquistão serão varridos da face da terra".

"Acreditamos que o terrorista estava na fila da frente" da mesquita, declarou por sua vez o ministro paquistanês da Defesa, Khawaja Asif, à Geo TV.

"Neste momento, a nossa prioridade número um é retirar as pessoas presas sob os escombros", declarou à AFP Shaffiullah Khan, alto funcionário da província de Khyber Pakhtunkhwa, onde fica a cidade de Peshawar.
Peshwar é frequentemente alvo de ataques
No complexo onde ocorreu a explosão encontra-se, para além da sede da polícia e da mesquita, um departamento de contraterrorismo, afirmou à Reuters o chefe da polícia de Peshawar, Ijaz Khansaid.

O responsável disse ainda não se poder descartar a possibilidade de um bombista suicida, acrescentando que foram encontrados vestígios de explosivos dentro da mesquita.

As autoridades dizem haver muitas mais vítimas debaixo dos escombros, onde se encontram já as equipas de resgate, moradores e polícias, que procuram sobreviventes.

Este incidente ocorreu no mesmo dia em que o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, deveria fazer uma visita oficial à capital paquistanesa, Islamabad. A viagem foi cancelada ao último minuto esta segunda-feira, oficialmente devido ao tempo chuvoso.
Peshwar, que fica na fronteira com o Afeganistão, é frequentemente alvo de ataques por grupos extremistas, incluindo os taliban paquistaneses.

Este grupo, conhecido como Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP), é composto por elementos sunitas e islâmicos que querem derrubar o Governo do país.

O TTP intensificou os ataques desde que encerrou um acordo de paz no ano passado com o governo paquistanês, facilitado pelos taliban afegãos.

O ataque desta segunda-feira foi o pior em Peshwar desde março do ano passado, quando um atentado suicida numa mesquita muçulmana xiita durante as orações de sexta-feira matou pelo menos 58 pessoas e feriu quase 200.

Na altura, militantes do autoproclamado Estado Islâmico assumiram a responsabilidade pelo ataque.
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